Cavaco: Momento de luto para a nossa cultura

O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, fez esta quinta-feira uma comunicação ao país reagindo à morte do cineasta português Manoel de Oliveira.

"Foi com profundo pesar que tomei conhecimento da morte de Manoel de Oliveira, símbolo maior do cinema português no mundo e um dos nomes mais significativos na história da 7ª Arte. Portugal perdeu um dos maiores vultos da sua cultura contemporânea, que muito contribuiu para a projeção do país", disse Aníbal Cavaco Silva no início do seu discurso.

"Para além da sua qualidade artística, internacionalmente premiada e reconhecida, a obra de Manoel de Oliveira ficará para sempre como um testemunho inconfundível da cultura portuguesa, que ele soube interpretar como ninguém - tanto na sua dimensão popular, como na sua dimensão erudita", afirmou o Presidente da República.

Cavaco referiu ainda que teve o privilégio "de acompanhar o trajeto de Manuel de Oliveira ao longo da sua vida, tão plena de sucessos, que marcaram várias gerações de portugueses". "Em 2008, numa visita à Alemanha, tive ocasião de confirmar numa exposição sobre a sua obra cinematográfica em Berlim, o prestígio do seu nome para lá das fronteiras do nosso país", acrescentou o Chefe de Estado. "Nesse mesmo ano, aqui no Palácio de Belém, celebrámos o seu centenário num jantar em que estiveram presentes os seus familiares e os seus atores preferidos", recordou Cavaco Silva.

O Presidente considerou que "Manoel de Oliveira é um exemplo para as novas gerações", uma vez que, "até ao fim da vida teve projetos de futuro e foi sempre capaz de ultrapassar as dificuldades". "A sua obra atraíu muitos nomes da sétima arte, de várias nacionalidades, que o consideravam um cineasta maior e como quem estavam sempre disponíveis para trabalhar", continuou Cavaco Silva.

"Neste momento de luto para a nossa cultura, em nome dos portugueses e em meu próprio nome, apresento as mais sinceras condolências à família de Manoel de Oliveira", concluiu o Chefe de Estado.