RIR DA DOR DE CORNO

Apesar de só saberem arranjar unhas, ambas acham que mereciam bem melhor do que passar o tempo numa lojinha de centro comercial a tratar das mãos e - por muito que lhes custe - dos pés das clientes.

Enfim, do que gostariam mesmo é de ter uma 'chance' para serem famosas... A Delfina, que até é 'média' e, de vez em quando, possuída pelo espírito de artistas célebres, desata a cantar, gostava de concorrer aos 'Ídolos'. A Denise é mais modesta: para ela bastava aparecer nas revistas do 'jet-set' (!), ao lado de um 'gajo' alto e bonito, vestido de 'Zara Homem' dos pés à cabeça...

PONTAPÉS NA GRAMÁTICA

Ana Bola escreveu um texto ao género a que a televisão já nos habituou: é uma 'sitcom', ou seja, uma comédia de situação. Aqui, rimo-nos de duas mulheres que, na sua simplicidade, sofrem de um mal comum a muitos: a dor de corno.

Depois, dá uns toques no cómico de linguagem. Denise e Maria Delfina dão pontapés na gramática absolutamente deliciosos. Exemplo: "Diz lá o que é fétiche para ver se eu também tenho"; "Ai, agora é que eu vou ter um ABC!" ou "Quem me dera a mim ter uma oportunidade no show off, mas estou cá desconfiada de que sou feia..."

E por aí fora. Depois da primeira gargalhada - mesmo sem a intervenção da claque de serviço - o público está conquistado e o espectáculo está ganho. Este é um daqueles projectos que não tem como falhar, uma solução à ovo de Colombo: aqui também se aproveita o nome que as actrizes fizeram na televisão, mas desta feita estamos mesmo na presença de gente com talento. Rueff ainda dá um arzinho da sua graça no que respeita à sua extraordinária capacidade camaleónica.

O espectáculo vai fazer uma nova carreira até finais de Dezembro.