Uma história feita de amor e liberdade
Snu e Sá Carneiro apaixonaram-se e ficaram juntos até à morte, na queda de um avião em 1980.
Portugal vivia na sombra da ditadura quando Snu chegou a Portugal. A dinamarquesa apresentava modos diferentes que levaram a que alguns a apelidassem de "fria". Inês Castel-Branco, que lhe dá vida em ‘Snu’, o filme, refuta: "Não tem que ver com frieza, mas com outra cultura, que não é a latina, do toque, de não levantar a voz", explica.
Aquela mulher, nórdica, que comprava flores todos os dias e tinha uma pena de pavão dentro do seu diário, era casada e tinha três filhos quando, ainda na aurora dos primeiros meses de abril, conheceu Francisco Sá Carneiro.
Católico, conservador e líder do PPD/PSD, também ele era casado e tinha três filhos. Isso não impediu a paixão de florescer entre os dois. E de enfrentar uma sociedade ainda muito fechada e que olhava de lado para os divorciados.
Isabel, a mulher dele, não lhe quis dar o divórcio. Francisco e Snu começaram a viver em união de facto. "Era como se Portugal fosse uma casa fechada e fosse preciso abrir portas e janelas para deixar entrar o ar", afirma por sua vez Patrícia Sequeira, a realizadora.
‘Snu’ custou cerca de um milhão de euros, cofinanciados pelo ICA, NOS, RTP e CML, chega aos cinemas a 7 de março e tem Pedro Almendra no papel de Sá Carneiro.
Na altura em que este amor proibido se tornou público o escândalo foi inevitável. Os companheiros de partido chegaram a pôr em causa a liderança de Sá Carneiro, mas ele resistiu e escolheu o amor.
Morreram juntos no acidente que também vitimou Adelino Amaro da Costa, na noite de 4 de dezembro de 1980.
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