Viagem à 1ª Guerra com A Filha do Capitão
O roteiro da viagem literária promovida pelo Centro Nacional de Cultura (CNC) a propósito do livro ‘A Filha do Capitão’, de José Rodrigues dos Santos, está a ser preparado por Sérgio Veludo Coelho, perito em história militar que em Dezembro visitou o cenário que marcou a presença na Flandres francesa do Corpo Expedicionário Português, na 1.ª Guerra Mundial.
“O livro denota um trabalho muito sério quanto às preocupações pelo rigor histórico. Uma condição raramente contemplada nos autores portugueses, exceptuando livros de Álvaro Guerra como ‘Razões do Coração’ ou ‘O Cerco do Porto’”, confessou ao CM Sérgio Coelho.
Defendendo que Portugal acabou por desejar entrar na 1.ª Guerra Mundial, como solução para a precaridade do regime monárquico e a crise interna que então vivia, o historiador lembra que os cerca de 50 mil homens que integraram o contingente português até nem dispunham de equipamento tão obsoleto como por vezes se faz crer: “Era fornecido pelos ingleses”, que comandavam.
A frente para onde foram deslocados, sublinha o historiador, “era muito complicada”. Em La Lys teremos sofrido 398 baixas e cerca de 6600 homens foram feitos prisioneiros. “Estavam exaustos após seis meses nas trincheiras e os alemães bem o sabiam e, após os bombardeamentos, investiram contra as nossas linhas e só foram parados oito quilómetros depois, pelos ingleses”, conta
Em Abril, coincidindo com a data de La Lys (dia 9), cerca de 40 portugueses vão percorrer os palcos da batalha e visitar os locais mais significativos que constituem o pano de fundo de ‘A Filha do Capitão’.
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