Ator estava afastado da vida profissional desde 2013 e o seu estado de saúde estava debilitado.
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"Um homem bom", "uma pessoa com princípios", um "talento fundamental para o nascimento da ficção televisiva portuguesa". Eis como colegas e amigos recordam Tozé Martinho, que morreu este domingo, aos 72 anos, de paragem cardiorrespiratória.
Afastado da vida pública desde 2013, António José Bastos de Oliveira Martinho – que Portugal conhece como Tozé Martinho – sentiu-se mal este domingo e foi levado para o Hospital de Cascais, onde viria a morrer. Nascido a 5 de dezembro de 1947, em Lisboa, estudou medicina veterinária e economia, mas não concluiu nenhum dos cursos. Mais tarde, licenciou-se em Direito.
Foi forcado, mas uma passagem pelo programa ‘A Visita da Cornélia’, em 1977, onde revelou os seus dotes artísticos ao lado da mãe, Maria Teresa (conhecida como Tareka), ditou-lhe o destino.
Estreou-se como ator na novela ‘Vila Faia’, em 1982, e só parou quando a saúde começou a faltar. Pelo meio, iniciaria uma muito bem-sucedida carreira como guionista. Em 1995 escreveu o enredo de ‘Roseira Brava’, e seguiram-se títulos como ‘Vidas de Sal’, ‘Olhos de Água’ ou ‘Dei-te Quase Tudo’.
Tozé Martinho, que era irmão da escritora Ana Maria Magalhães, era casado com Ana Rita Louro, de quem teve dois filhos: António Caetano e Rita Louro. Foi diretor de produção na sociedade Atlântica Estúdios, em Cascais, durante 15 anos, e diretor de programas da RTP-USA, em Newark, nos EUA, durante dois anos. Foi também docente da Universidade Moderna de Lisboa, onde coordenou o Curso Livre de Formação de Atores e deu aulas de Guionismo e Técnica de Televisão e Cinema.
Nos últimos anos, com a saúde cada vez mais debilitada, afastou-se da vida profissional. Em 2014, sofreu um AVC e no ano passado deu uma queda e foi submetido a uma cirurgia ao colo do fémur. Este domingo, o coração não resistiu e deixou de bater.
Fez muito cinema e teatro, e também escreveu livros
Com um percurso brilhante na TV, Tozé Martinho fez também cinema e teatro. Por cá, entrou no filme ‘Sem Sombra de Pecado’, de José Fonseca e Costa. A nível internacional, participou em obras de Pierre Kast, Claude D’Anna, Barbet Schroeder e Serge Leroy. Em teatro, fez várias digressões pelo País com comédias que dirigia. Na escrita, publicou ‘Coisas do Dinheiro’ e ‘Dá-me Apenas um Beijo’.
Dizia que chorava quando escrevia cenas dramáticas
Em entrevista à revista ‘Sábado’, Tozé Martinho – que estudou guionismo em Nova Iorque, nos EUA – chegou a revelar que se emocionava com as suas próprias criações, chorando nas cenas mais dramáticas e até tendo sonhos com as personagens a que deu vida e alma. Como criador, tinha de se envolver.
DEPOIMENTOS
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República
"Apresento os meus sentidos pêsames"
"Esteve presente no nosso imaginário pelos recorrentes papéis de personagens empáticas, decentes, confiáveis. No momento em que nos deixa, precocemente, apresento à sua família os meus sentidos pêsames."
Francisco Moita Flores, escritor
"Não tinhas o direito de nos deixar tão órfãos"
"É com lágrimas no coração que te digo adeus, Tozé! Foste, como o nosso Nicolau Breyner, um dos principais construtores da grande ficção televisiva. Ator, argumentista, homem do espetáculo, de sorriso fácil e gestos doces. Não tinhas o direito, tal como ele não tinha, de nos deixarem assim tão órfãos e tão cedo."
Alexandra Lencastre, atriz
"A nossa História faz-se de Homens assim"
"Mais um dos pioneiros parte cedo... A nossa História faz-se de homens assim e como tantos que partiram recentemente e nos deixam revoltados, tristes e orgulhosos do caminho que tivemos o privilégio de partilhar com eles!"
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