A edição de hoje
‘Wish You Were Here’ foi lançado há quatro décadas num momento em que os Pink Floyd procuravam gerir egos e fama.
Logo no início das gravações de ‘Wish You Were Here’, os Pink Floyd receberam nos estúdios a visita de um homem estranho, gordo, de cabelo e sobrancelhas rapadas. "Nunca o tinha visto antes", recorda Nick Mason. "Quem é aquele tipo?"
Era Syd Barrett, membro fundador dos Pink Floyd que anos antes deixara o grupo por esgotamento nervoso. Naquela tarde de 5 de janeiro de 1975, Roger Waters e David Gilmour choraram. "Ficámos traumatizados, chocados e comovidos com a aparência de Barrett", diz Gilmour. Talvez por isso, ‘Wish You Were Here’, um dos mais importantes discos da história da música e da carreira dos Pink Floyd, seja fundamentalmente um registo de pesar, raiva e amor e Syd a principal fonte inspiradora.
O grupo vinha de ‘Dark Side of the Moon’, ainda a digerir o sucesso, quando Roger Waters lançou a ideia de começar a fazer um novo disco a partir de ‘Shine on You Crazy Diamond’, tema saudosista sobre Barrett. "Lembra-te quando eras novo, brilhavas como o sol", ouve-se. Foi, no entanto, o tema ‘Wish You Were Here’ que fez do álbum um fenómeno eterno, um tema que mais do que dirigir a Barrett, os Pink Floyd usaram para purgar as suas fragilidades, confessar a sua alienação devido à fama e a esperança em regressar à terra. Foi por ventura o que os salvou.
O disco celebra 40 anos de vida no dia 12. Em Lisboa, dia 19, na Fábrica 22, em Alvalade, assinala-se a efeméride com tertúlias e uma atuação dos Echoes, banda portuguesa de tributo aos Pink Floyd.
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