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Arte vem depois do porno

Midas pediu dinheiro ao Banco para reestruturar. Barreto Xavier ficou indiferente à situação do Cinema Ideal.

26 de julho de 2014 às 09:28

Quem não se lembra do cinema do Loreto? Nunca teve esse nome, mas foi assim que foi conhecido durante anos. Agora está em obras e promete reabrir no mês que vem (dia 28) como o Cinema Ideal de Lisboa. Vai funcionar 14 horas por dia, ter pelo menos dois filmes de autor em cartaz, com bilhetes dos cinco aos sete euros, e possibilidades de desconto. Acabaram-se os filmes indianos e a pornografia, que durante anos foram a programação exclusiva do espaço, cada vez mais degradado e abandonado pelo público.

O projeto é da Midas Filmes e da Casa da Imprensa (proprietária do prédio), e custou 500 mil euros - dinheiro que Pedro Borges, da Midas, diz ter vindo de um empréstimo bancário contraído pela exibidora. E que espera recuperar, a seu tempo.

"Recorremos a um banco privado, estrangeiro - o banco público português [CGD] só financia bandidos, não financia a Cultura - e a capitais próprios, a contar que o projeto mereça o melhor carinho da cidade e daqueles que gostam de cinema", explica Pedro Borges.

No secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, o responsável diz ter encontrado alguém insensível. "Nunca esteve interessado em nada que tenha a ver com a reabertura de cinemas. O que faz é fechar cinemas, como o Londres..."

Quem abraçou o projeto foi a câmara, com aquilo a que Pedro Borges chama "componente de apoio financeiro modesta" mas, "na atual conjuntura, extremamente significativa."

Quando nascer, o Cinema Ideal será para todos: Pedro Borges diz que se destina a "todas as pessoas que gostam de cinema e de ir ao cinema".

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