A edição de hoje
É preciso alteração ao projeto para que edifícado não seja destruído.
Há um hotel a ser construído no antigo convento do Carmo, em Évora, que pertence a um fundo imobiliário, cujo projeto prevê 51 quartos, parte deles subterrâneos. E foi no âmbito desses trabalhos que foi feita uma prospeção arqueológica (obrigatória no centro histórico da cidade), tendo sido descoberto um autêntico tesouro arquitetónico e histórico, um bairro islâmico/árabe que data da primeira ocupação deste povo do Norte de África, no século X e XI.
O edificado está incrivelmente bem conservado, com estruturas ainda intactas, algumas com três metros de altura, casas tipicamente ‘mouriscas’ e ruas ainda pavimentadas, ombreiras de portas e até armários, uma adega e o que resta do que terá sido a primeira mesquita da cidade.
A obra tem parecer favorável da Direção Regional de Cultura e, se não houver alteração ao projeto, implica a destruição de todo este património. O CM sabe que a tutela está, no entanto, a acompanhar todo o processo e o parecer inicial pode ser alterado para uma solução de salvaguarda do património. Foi criado um grupo de trabalho para avaliar a importância do achado.
As escavações decorrem desde 2019 e estão a cargo de uma empresa privada de arqueologia, com sede em Viseu, que já apresentou um relatório preliminar de interpretação do espaço. O CM tentou obter esclarecimentos da tutela, da autarquia e do promotor do projeto, sem sucesso.
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