Anunciou no Teatro da Cornucópia o fim da carreira de ator.
"Hoje foi por certo o último dia em que representei nesta casa que foi a casa desta companhia, a minha, a nossa casa, há 40 anos. Tenho dificuldades concretas de saúde que me não deixam continuar a apresentar-me perante vós e a estar em cena com os outros, que é o que mais gosto de fazer." Foi com estas palavras, proferidas após a última récita de ‘Hamlet’, de Shakespeare, no Teatro da Cornucópia, Lisboa, no fim de semana, que Luís Miguel Cintra, 66 anos, se despediu dos palcos.
Diagnosticado com a doença de Parkinson e devido à dificuldade em decorar textos, o ator optou assim por se retirar de cena e fazer correr a cortina de uma carreira teatral que teve início em 1968. Uma decisão que "não implica a saída da direção da Cornucópia, apenas deixar de ser ator de teatro, pois continua a ser encenador, ator de cinema, declamador", declarou fonte da companhia que Cintra fundou há 42 anos com Jorge Silva Melo.
No fim, após revelar que não sabe "quanto mais tempo durará" a Cornucópia devido às "dificuldades económicas", deixou uma mensagem "aos mais novos". "Tive, através do teatro, o prazer de estar na vida com os outros muito mais que o de ser distinguido entre os outros. É esse o testemunho que, com a experiência de muitos anos a representar, gostaria de deixar."
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.