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Crítica de Cinema: Lady Bird

A história de Christine, uma adolescente à procura da sua identidade durante o último ano de Liceu em Sacramento.

04 de março de 2018 às 23:11

Não é por acaso que Greta Gerwig abre o seu novo filme com uma referência directa a As Vinhas da Ira, o romance clássico John Steinbeck: com essa escolha, a realizadora e argumentista, estabelece uma geografia (Midwest dos Estados Unidos) e um tema que irá sendo revelado – o dinheiro e a falta dele como motivo de inquietação e factor decisivo no divisão entre classes. Mas o filme não é só sobre isso. 

É a história de Christine, uma adolescente à procura da sua identidade durante o último ano de Liceu em Sacramento. É um género tantas vezes explorado na cinematografia Americana mas é a atenção ao detalhe e a genuinidade emocional que distingue 

Lady Bird

 dos restantes e lhe garantiu as cinco nomeações para os Óscares – incluindo Melhor Filme, Realizadora, Argumento, Actriz e Actriz Secundária. E Saoirse Ronan e Laurie Metcalf (quem não conhece o seu talento deveria procurar o incrível monólogo que tem em 

É a história de Christine, uma adolescente à procura da sua identidade durante o último ano de Liceu em Sacramento. É um género tantas vezes explorado na cinematografia Americana mas é a atenção ao detalhe e a genuinidade emocional que distingue Lady Bird dos restantes e lhe garantiu as cinco nomeações para os Óscares – incluindo Melhor Filme, Realizadora, Argumento, Actriz e Actriz Secundária. E Saoirse Ronan e Laurie Metcalf (quem não conhece o seu talento deveria procurar o incrível monólogo que tem em Horace and Pete, a série de Louis CK) são excelentes. 

Gerwig cria personagens de carne e osso, olhando para elas com a empatia que reservamos para os nossos amigos mais íntimos. Talvez as respeite em demasia. Sente-se, por vezes, a falta do humor "screwball" que tornou a sua escrita tão ácida em 

Gerwig cria personagens de carne e osso, olhando para elas com a empatia que reservamos para os nossos amigos mais íntimos. Talvez as respeite em demasia. Sente-se, por vezes, a falta do humor "screwball" que tornou a sua escrita tão ácida em Mistress América – Quase Irmãs (2013) ou da urgência dramática para que a vida comece em Frances Ha (2012). Mas Lady Bird não tem pressa. É uma carta de amor à adolescência, às relações conflituosas entre mães e filhas e às atrapalhadas descobertas sexuais que nos vão transformando, pouco a pouco, em adultos. Nada de novo. Mas, mesmo assim, singular, bonito e divertido.

Nota: 4 estrelas

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