Foi uma ruidosa e entusiástica ovação aquela que Clint Eastwood recebeu ontem, na lotada sala de conferências do Festival de Berlim. Em causa estava a passagem, fora de competição, de ‘Cartas de Iwo Jima, um dos fortes candidatos ao Óscar de Filme do Ano, que chega a Portugal no próximo dia 15.
A seu lado estiveram o protagonista, Ken Watanabe – que interpreta o general Kuribayashi – para além de Kazunari Ninomiya e de Tsuyoshi Ihara, dois dos soldados japoneses cujas cartas que escreveram às famílias foram aproveitadas e que permitiram documentar esta sangrenta batalha decisiva para a viragem da guerra no Pacífico e para a conclusão da II Guerra Mundial.
No entanto, a calorosa recepção estendia-se também, naturalmente, ao filme ‘As Bandeiras dos Nossos Pais’, filmado em simultâneo com ‘Cartas’. “De facto, começou por ser uma curiosidade”, esclareceu Clint Eastwood, que aos 76 anos insiste em manter uma forma física invejável para a sua idade. “Quando estava a fazer pesquisa para ‘As Bandeiras dos Nossos Pais’ fui recolhendo material. Mas ao ler as cartas que o general Kuribayashi escreveu durante essa batalha e também as que escreveu durante o período em que esteve nos Estados Unidos percebi que tinha de contar a história do outro lado da batalha.”
Os filmes que mostram os dois lados de um conflito no qual morreram milhares de soldados, acabam por ser um fresco histórico que poderá associar-se a todas as guerras. Algo que o realizador americano, com simpatias republicanas, reconheceu como uma leitura possível face à guerra que o governo americano mantém no Iraque há quatro anos.
“Admito que possam fazer-se leituras sobre o que se passa actualmente, embora não tenha sido essa a minha intenção, pois faria os filmes na mesma”, referiu. “Quis contar a história do ponto de vista humano” prosseguiu. “A história de rapazes de 19 anos, de ambos os lados do conflito. A guerra, em si, tem o mesmo efeito em todas as nacionalidades.”
Finalmente, sobre a forma como encara a presença da película na corrida aos Óscares, Clint sorriu e, como se esperava, foi comedido e modesto nas palavras. “Os filmes estão aí, têm tido bastante sucesso. Agora a vida que possam ter para além disso, não me interessa tanto.”
NA PRISÃO COM NELSON MANDELA
Dennis Haysbert – que os seguidores da série televisiva ‘24’ conhecem como presidente Palmer – recupera um outro papel igualmente distinto no filme de Bille August, ‘Goodbye Bafana’, apresentado ontem na competição oficial. Ele é nada menos do que Nelson Mandela, o futuro presidente da África do Sul. O filme acompanha o período em que Mandela esteve preso e a especial relação que este acabou por manter com o homem encarregue da sua segurança na prisão da ilha Robben.
Esse homem é James Gregory (Joseph Fiennes, a demonstrar que é um actor em crescendo), um Afrikander típico que, por conhecer a língua xhosa, é indicado para vigiar os detidos. O problema é que o filme pouco mais oferece do que a mera descrição plana desse período, para além de evidenciar algumas falhas claras de caracterização e de acompanhamento de época. A obra apenas vive por se tratar de uma figura como Mandela e pelo esforço de Haysbert em compor esta personagem.
NEVE DIFICULTA CIRCULAÇÃO
Devido às temperaturas negativas que se têm registado no Norte da Europa, a queda de neve que se fez sentir com alguma intensidade em Berlim veio transmitir ao festival um colorido novo. Apesar de os berlinenses estarem habituados ao tempo frio, esta nova realidade acabou por colocar alguns problemas (ou desafios) à circulação automóvel e ao equilíbrio de muito boa gente que se passeia pela cidade. Sobretudo depois de se formarem autênticas placas de gelo sobre a calçada, que obrigam os transeuntes a um andar inseguro e deslizante. E a não conseguirem evitar alguns aparatosos trambolhões...
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