A edição de hoje
Autor e encenador Hugo Mestre Amaro revê o 25 de Abril pela perspetiva da vida privada.
Em cena no Teatro do Bairro, em Lisboa, está o espetáculo com que o autor, ator e encenador Hugo Mestre Amaro revê a revolução do 25 de Abril. ‘A Liberdade é uma Maluca’ resulta de uma encomenda da direção artística daquela estrutura, e é, nas palavras do próprio, uma “reflexão sobre uma palavra [liberdade] cada vez menos respeitada e menos praticada no Mundo – e especificamente em Portugal –, basta ver o resultado das últimas eleições legislativas...”, comenta.
“Não quis fazer um espetáculo de baladeiro e cravo ao peito, mas sim uma sátira”, elucida o criador, que escreveu “uma peça no feminino”: as protagonistas são uma mulher e as suas três filhas, todas chamadas Liberdade, e nascidas no Largo do Carmo, quando Marcello Caetano se rendia às tropas revolucionárias. “Ao escrever o texto, fiz muita pesquisa histórica, mas não queria que daí resultasse um espetáculo maçudo, cheio de referências, mera enumeração de nomes e acontecimentos”, continua Hugo Mestre Amaro. “Quis, antes, que o 25 de Abril fosse contado a partir dos olhos de uma família, da perspetiva da vida privada.” Sobre o possível efeito do seu espetáculo no espectador, Hugo Mestre Amaro espera que “as pessoas saiam da sala cheias de perguntas”. “Gostava que se questionassem: até que ponto somos livres e podemos exercer a nossa liberdade?”
A peça é interpretada por Alexandra Sargento, Cátia Nunes, Francisco Vistas, João Araújo, Paula Só e Vera Alves, e vai à cena de quarta a sexta às 21h30, sábados e domingos às 18h00. Até dia 21.
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