Filipe Vargas é um homem que gosta de “meninas novinhas...” em ‘Quero Ser uma Estrela’, novo filme de José Carlos de Oliveira, em rodagem em Maputo, Moçambique.
Correio da Manhã – Veio para Maputo uma semana antes da rodagem de ‘Quero Ser uma Estrela’. Como tem sido?
Filipe Vargas – Tem sido útil, até para a minha personagem, o ‘Xavier’, para sentir como é a vida dos portugueses cá e transmitir melhor a realidade deste casal: o ‘Xavier’ e a ‘Teresa’ [Dalila Carmo].
– É essencial haver empatia com a Dalila para dar mais realismo?
– É mais fácil. E a nossa cumplicidade é real também fora de cena.
– Como é o seu ‘Xavier’?
– Eu e a Dalila somos um jovem casal burguês lisboeta que vem viver para Maputo. E, lá, o ‘Xavier’ cede a tentações e entra num esquema nada aconselhável.
– A que tentações?
– O tema do filme é o tráfico de crianças para prostituição de Moçambique para a África do Sul. E o ‘Xavier’ tem um fraquinho por miúdas moçambicanas muito novinhas, de 14/15 anos.
– É uma realidade actual...
– É o fenómeno das ‘catorzinhas’: pais de família que, a troco de sexo, arranjam namoradinhas a quem dão presentes e uma vida que não podem ter. É perverso porque os próprios pais, de alguma forma, são cúmplices e fecham os olhos.
– Como é que se sente face à exploração de menores?
– É do que mais me repulsa. É abuso de poder. É o lado pior do ser humano: uma pessoa aproveitar--se de outra porque ela não tem hipótese de se defender.
– Como se preparou então para o ‘Xavier’, um abusador de menores?
– Além das meninas, ele tem outros vícios: álcool e drogas. Não quero fazer dele um monstro: ele tem educação, mantém a pose e, por isso, também é mais perigoso.
– É o seu primeiro grande papel depois de uma carreira que disparou com o ‘Conta-me como Foi’ (RTP)...
– O ‘Conta-me...’ foi uma sorte. A partir daí foi uma pescadinha de rabo na boca...
"COR DA PELE AINDA CONTA"
CM – Considerando o tema do filme (a exploração sexual de menores em Moçambique), os abusadores são de todas as nacionalidades?
– Sim, e são homens de poder. Em Moçambique a cor da pele continua a contar...
– Já sentiu isso?
– Sim. No fim do curso de Publicidade fui lá fazer voluntariado e uma vez estava num autocarro em Tete e os moçambicanos começaram a dizer a uma mulher para se levantar para eu me sentar.
– Como reage ao racismo?
– Como não sou racista, até acho difícil de perceber. Mas algo se passou, durante muito tempo, para essa atitude ser assim. Aí, ‘nuestra culpa’, dos portugueses.
PERFIL
Filipe Vargas nasceu há37 anos nas Caldas da Rainhae depois de trabalhar em publicidade escolheu ser actor.Está há dois anos no ‘Conta-me como Foi’, na RTP. Além de TV, tem participado em filmes, como ‘Corrupção’, ‘Call Girl’, ‘Corte do Norte’ e ‘Singularidades de uma Rapariga Loira’.
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