Ainda com a luz do dia e perante pouco mais de 20 mil pessoas, os Xutos & Pontapés provocaram ontem a primeira grande ovação da plateia no segundo dia do Rock in Rio-Lisboa.
Envergando uma camisola da Selecção Nacional de futebol, Tim, o vocalista, saudou a multidão com o tradicional “Olá Lisboa! Aqui Xutos & Pontapés”, antes de se atirar a ‘Sexta-Feira 13’, tema que marcou o início do concerto.
Uma prestação que não esqueceu êxitos como ‘Maria’, ‘Circo de Feras’, ‘Chuva Dissolvente’, ‘Remar Remar’, ‘Homem do Leme’ e ‘Casinha’. Na plateia viam-se bandeiras portuguesas e a moda do festival: cabeleiras cor-de-rosa.
“UMA SENHORA RESSACA”
Horas antes dos Xutos fazerem as honras da casa, o dia prometia mas a noite da véspera ainda pesava e os olhos não mentiam. A desidratação não perdoava, o calor não ajudava e havia ainda “uma senhora ressaca por vencer”. João veio de Beja, passou o fim-de-semana em Lisboa e é um repetente inveterado no festival.
Dormiu “umas horas”, comeu “qualquer coisa” e, ainda não são 17h00, já estava de volta à Cidade do Rock. Gostou “do Jamiro”, a Shakira “dança bem” mas, “definitivamente”, não é a sua onda. Salvou--se a Tenda Electrónica e “uns valentes baldes de cerveja”.
Ontem foi o seu dia. Xutos e Guns são “outra conversa” e “a artilharia pesada” estende-se a Carl Cox, o consagrado DJ que enche discotecas e de quem se espera, madrugada dentro, a mobilização de seis mil resistentes na Tenda Electrónica, o dobro da primeira noite.
João Henriques, de 27 anos, era apenas um entre tantos milhares como ele. Rodrigo e Vasco, 26 e 24 anos, por exemplo. Tronco nu e ‘t-shirts’ pretas à volta da cabeça, arrastavam-se pelo Parque da Bela Vista enquanto contemplam as arrojadas “miúdas da publicidade” e esperavam por “melhores dias”.
Pelo ar sofredor percebia-se que o caso não era para menos. Mas já não havia tempo a perder e só lhes restava largar a água e “voltar à cerveja”. Copos de meio litro porque “o festival é isto”, confessou ao CM Pedro Simões, um portuense de 27 anos. Já almoçara, comprara uma ‘t-shirt’ e passara entre a praia e a pista de neve até à chegada do primo e da namorada.
Os três passaram os Pitty (às 19h00), fumaram um ‘charro’ e tiveram pouco mais de uma hora “para estar no ponto”. O Tim e o Zé Pedro não esperaram e, às 20h30, entrava em palco “o maior grupo português de sempre”. O tempo voou, a relva começou a compor-se e, num ápice, uma multidão juntou-se frente ao Palco Mundo.
Sem tempo para mais conversas, houve ainda quem passasse mais uma e outra vez pelos bares, já recuperado e a correr para a linha da frente. O espectáculo ia começar!
INEM
Entre as 15h00 de sexta-feira e as 04h00 de ontem, foram assistidas 369 pessoas nos diversos postos do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica). Desidratações, cefaleias, insolações e pequenos traumas foram as situações mais comuns. Apenas uma pessoa foi transferida para um hospital de Lisboa, onde fez exames complementares por suspeita de problema urológico, mas, entretanto, já teve alta.
OPERAÇÕES POLICIAIS
A operação da Brigada de Trânsito da GNR para os dois festivais (Rock in Rio e Super Bock Super Rock, SBSR), realizada entre as 03h00 e as 07h00 de ontem, em Lisboa, por 107 militares, resultou em 103 autos de contra-ordenação, destacando-se 60 por excesso de alcoolemia (18 com taxa superior a 1,20 g/l) e dois condutores detidos por se recusarem a submeter ao teste de álcool. Todavia, não foi registado qualquer acidente de viação na periferia da capital.
COMUNICAÇÕES
Apesar do aumento da largura de banda levado a cabo por duas das três operadoras móveis – Vodafone e TMN – na sexta-feira, o fluxo de chamadas de e para a Cidade do Rock (90 mil pessoas) e Parque do Tejo (SBSR, 40 mil) foi tal que se tornou praticamente impossível fazer chamadas telefónicas. Uma situação que urge resolver para que não se repita nas enchentes que se avizinham para as segundas fases dos dois festivais: 2, 3 e 4 (Rock in Rio) e 7 e 8 (SBSR).
ENERGIA
A energia gasta durante os cinco dias do Rock in Rio é suficiente para alimentar 500 casas.
VIDEOVIGILÂNCIA
Os 250 m2 de área da Cidade do Rock estão monitorizados por um sofisticado sistema de videovigilância.
QUILÓMETROS DE CABO
Entre caixas de energia, electrónica, telefones e internet, foram gastos 40 quilómetros de cabo.
DEZ MIL A TRABALHAR
Directa ou indirectamente, dez mil pessoas trabalham diariamente no recinto do evento.
VINTE E CINCO MILHÕES
Vinte e cinco milhões de euros foi, de acordo com a organização, o investimento total do Rock in Rio.
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