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Salif Keita no Kriol Jazz Festival: “A música é o meu medicamento, sem ela não estaria aqui”

Finalizada a 10ª edição do Atlantic Music Expo, a cidade da Praia em Cabo Verde acolhe o Kriol Jazz Festival 2024.

05 de abril de 2024 às 09:38

Salif Keita vai estar atuar em Cabo Verde esta sexta-feira, e ontem, em conferência de imprensa, recordou a sua relação com Cesária Évora. Afirma estar muito contente por estar em Cabo Verde, onde vai atuar pela primeira vez. Devido à paisagem, sempre considerou Cabo Verde como um outro planeta. Ter cantado com Cesária Évora foi para Salif Keita paradisíaco. "Tinha muita sensibilidade e adaptou-se à música africana. Ela não ficou surpreendida, mas eu fiquei surpreendido com ela. Porque ela era verdadeiramente genial", afirma o cantor do Mali, que gravou com a diva dos ‘pés descalços’ a música ‘Yamore’, e de quem guarda as melhores recordações, incluindo os dotes culinários.

Sobre o facto de se manter ativo Salif Keita esclarece: "A música é o meu medicamento, sem ela não estaria aqui". O cantor está em Cabo Verde para dois concertos. Esta sexta feira estará no Kriol Jazz Festival (KJF), na cidade da Praia, e no dia seguinte vai estar na ilha de São Vicente para um concerto em que participam algumas vozes cabo-verdianas, entre elas a cantora Ceuzany.

O arranque do festival foi dado pela dupla espanhola Jorge Pardo e Armando Corbón, que combinam uma fusão de jazz e flamenco, com a música erudita. A fechar a noite foi a vez do guitarrista cabo-verdiano Soren Araújo que se juntou a outro guitarrista, Hélder ‘Pelada’ Rodrigues, e ao baterista Alex Figueiredo. O KJF vai ter hoje no palco, além do músico do Mali, o norte-americano Steve Coleman, o cantor e compositor da ilha do Maio, Tibau Tavares, e os Afro Cuban Jazz Project, que terá uma participação especial do cantor cubano Emilio Moret, que pertenceu ao famoso Septeto Habanero. No sábado estarão em palco os Pret e Bronk, com a voz de Jenifer Solidade, a banda Kriolatino, os ganeses Santrofi, e do Brasil, Hermeto Pascoal.

O Atlantic Music Expo (AME) terminou ontem depois de muitos ‘showcases’ e uma grande variedade de ritmos do mundo. Na quarta-feira o dia começou com um concerto de Zubikilla Spencer, a música da cantora cabo-verdiana tem muita influência da música tradicional, mas o jazz, o blues e a soul music continuam presentes no seu repertório. A segunda atuação do dia foi para Anna Setton, cantora e compositora de São Paulo, no Brasil, mas que vive agora em Lisboa, levou a Cabo Verde o trabalho realizado nos últimos anos, e temas do álbum que lançou em 2023, ‘O Futuro é mais bonito’. "Acho que poderia resumir a minha música como essa ligação entre o jazz, a bossa nova, o samba", refere a cantora, que contou com a participação de Nancy Vieira no seu ‘showcase’. A noite de quarta-feira contou com as atuações dos canadianos Le Panda, os venezuelanos Insolito Universo, o italiano Giuliano Gabriele, o rock dos cabo-verdianos Primitive, Gabriela Mendes de Cabo Verde, e dos coloridos e bem-dispostos Brown Rice Family, do Japão.

O último dia do AME começou com dois concertos de cantoras da terra da morabeza. Primeiro Maura, e depois Katia Semedo, que apresentou o disco ‘Caminho de São Tomé’ que conta a história da cantora e da sua família que embarcou para São Tomé na década de 40.

A noite começou com a música angolana de Klaudio Hoshai, e continuou com Jocelyn Balu da República Democrática do Congo, Elly Paris de Cabo Verde, e a fechar o AME, o também cabo-verdiano Gerson Spencer.

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