Aos 53 anos David Coverdale está de volta a palcos lusos, com os seus Whitesnake. Em entrevista ao CM, o músico prometeu supresas para quarta-feira no Atlântico, falou da importância da meditação e da paixão pelo vinho do Porto.
Correio da Manhã – Os Whitesnake estão de volta aos palcos. Como é regressar à estrada após uma ausência tão prolongada?
David Coverdale – Estamos muito excitados. Estamos em forma e, para dizer a verdade, sinto-me mais jovem do que quando tinha 30 anos, e já tenho 53. E estou muito feliz por regressar a Portugal. Vai ser o meu primeiro concerto em Lisboa. Das outras vezes toquei sempre em Cascais.
– Mas os Whitesnake não têm nada de novo, isto é, não há um disco a suportar a digressão. Como vai ser o concerto?
– Vai ser um espectáculo à Whitesnake, com algumas surpresas. Desta vez estou bem mais empenhado. A digressão do ano passado foi mais por divertimento, porque era o 25.º aniversário do grupo. Agora não. Estou muito satisfeito com a banda que consegui juntar (ver caixa), troquei de ‘manager’ e tenho recebido bastantes mais convites para tocar na Europa.
– Parece uma pequena revolução, um renascimento...
– É... ele [manager] tem-me ajudado imenso a equilibrar o meu trabalho e o meu papel em palco. Porque so trabalho sem concertos não me faz feliz. Mas também estava feliz com a vida de ‘retirado’ que levava; a ver o meu filho crescer, a saborear o meu casamento. Mas a minha mulher é bem mais intuitiva do que eu e percebeu que a minha alma precisava de voltar ao trabalho. E então, o ano passado, deu-me muita coragem. Tenho um casamento que é um sucesso.
– Voltando aos Whitesnake. Qual é então o objectivo da presente digressão?
– O prazer de tocar. Tinha de voltar à estrada. É preciso que as pessoas saibam isso. Que saibam que me retirei porque não estava satisfeito com o estado do ‘show business’. Continuo a não gostar, mas adoro fazer música e o meio mais honesto que tenho de o fazer é tocar ao vivo.
– Sei que de há algum tempo a esta parte vem praticando meditação. Quando é que a descobriu?
– Há cerca de cinco anos. Precisava de procurar dentro de mim respostas sobre quem eu era na realidade. É interessante, mas o nascimento do meu filho trouxe-me memórias dolorosas da minha infância. Foi quando conheci uma pessoa que me ajudou a lidar com vários demónios. Mas ao mesmo tempo foi muito purificador. Estarei sempre grato ao meu filho por me ter proporcionado isso. O seu nascimento mudou a minha vida completamente. Fui uma ‘rock star’ durante 30 anos e quando assim é pode-se fingir ser aquilo que se quer [risos]. Toda a gente à tua volta diz que sim a tudo, porque recebem uma pipa de massa para isso.
– Mas a meditação é importante ou não no seu trabalho? Levou-o a alterar alguma coisa?
– Sim, muito mesmo. Encoraja-me de uma forma incrível. Agora só consigo compor quando acabo de fazer a minha meditação matinal. É extraordinário. Acabo e vou direito para o piano ou pego numa guitarra.
– E quantas vezes ao dia pratica?
– Duas, 20 minutos de cada vez. É muito bom, não sei explicar, dá-me energia.
– E pratica antes de subir ao palco?
– Não. Só de manhã, depois de acordar, e umas horas antes dos concertos. Quando vou para o palco, a minha assistente só me faz suar.
– E o que vai acontecer depois da digressão?
– No próximo ano sai um duplo CD ao vivo, com material de Whitesnake, Deep Purple e Coverdale/Page. Mas em 2005 vou começar a trabalhar num novo álbum de estúdio.
– Para terminar. Continua a apreciar vinho do Porto branco com 7Up?
– Ohhhh. É uma das minhas bebidas preferidas. Ajudou-me a compor muitas e boas canções. Mas para ser honesto, quando decidi voltar à estrada parei de beber. Mas é verdade. É uma das minhas bebidas preferidas de Verão, com gelo e limão. E impressiona os americanos. Eles não sabem mesmo o que é bom.
Nascido a 22 de Setembro de 1951 em Saltburn-on-Sea, Inglaterra, David Coverdale é uma das figuras mais carismáticas do hard-rock. Após passagens por vários grupos de pequena nomeada, Coverdale ingressou nos Deep Purple, em ‘73, substituindo Ian Gillan.
Depois de três álbuns, o grupo desfez-se e Coverdale fundou os Whitesnake, em ‘77. Para trás ficou ainda uma efémera aposta a solo. Com os Whitesnake, porém, Coverdale conheceu o êxito mundial.
Em ‘93 juntou-se a Jimmy Page (Led Zeppelin) para um único álbum e, em ‘97, voltou a reunir os Whitesnake, com nova formação. Em 2000, regressou aos discos a solo, mas pouco depois tornou a juntar os Whitesnake, afinal o maior êxito da sua carreira.
BANDAS PORTUGUESAS A ABRIR
Antes dos Whitesnake subirem ao palco, quarta-feira, do Pavilhão Atlântico (21h50) o ‘aquecimento’ das hostes vai estar por conta de duas bandas nacionais de peso.
Os primeiros a enfrentar o público serão os Kidnap, que sobem ao palco às 20h00. Após a prestação destes (cerca de meia hora), será a vez dos Faithfull, cuja entrada em cena está prevista para as 20h45.
Neste regresso a Portugal, Coverdale far-se-á acompanhar de Doug Aldrich (guitarra), Reb Beach (guitarra), Timothy Drury (teclas), Marco mendonza (baixo) e Tommy Aldridge (bateria).
Os bilhetes custam 25 euros (plateia em pé), 30 euros (bancada nível 1) e 22,50 euros, para a bancada nível 2.
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