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Tribunal britânico recusa indemnização a Paulo Branco sobre filme de Terry Gilliam

Português apresentou uma queixa contra produtora britânica Recorded Picture Company por violação de um contrato para produzir filme.

18 de dezembro de 2020 às 16:26

O produtor português Paulo Branco viu indeferido um pedido de indemnização de cerca de um milhão de euros por um tribunal britânico a propósito do filme "O homem que matou D. Quixote", de Terry Gilliam.

O Tribunal Superior de Londres ('High Court') recusou o pedido apresentado por Paulo Branco e pela produtora francesa Alfama Films, fundada e dirigida pelo português, à produtora britânica Recorded Picture Company por violação de um contrato de opção para produzir o filme.

A Recorded Picture Company tinha atribuído inicialmente a opção de produzir o filme à Alfama em 31 de março de 2016, mas Branco e Gilliam entraram em conflito e a produtora britânica fez um novo contrato com a espanhola Tornasol, que resultou na conclusão do filme.

A Alfama argumentou que o contrato que tinha assinado foi violado e reivindicou compensação financeira dos custos de pré-produção e os honorários do produtor.

Porém, o tribunal, na decisão datada de quinta-feira, indeferiu o pedido por entender que a Alfama Films e Branco "nunca tiveram uma probabilidade substancial, nada para além de uma probabilidade especulativa, de fazer o filme".

O juiz Richard Hacon não questiona a vontade de Paulo Branco querer fazer o filme, mas diz que a falta de confiança e a deterioração no relacionamento tornaram a colaboração difícil e que não existiam perspetivas de o português conseguir financiamento suficiente.

"Penso que, mesmo que Gilliam acreditasse que Branco tinha o financiamento, a probabilidade de estar disposto a continuar a trabalhar com Branco era muito pequena. Mesmo que o desespero o tivesse levado a tentar [...], teria percebido que Branco nunca angariaria dinheiro suficiente para fazer o filme", justificou.

Há dois anos que se prolonga uma disputa legal pelos direitos do filme entre Paulo Branco, Terry Gilliam e os produtores que avançaram com a longa-metragem, entre os quais a Ukbar Filmes, de Pandora da Cunha Telles.

Depois de, em 2017, ter considerado que o contrato era válido, o Tribunal de Grande Instância de Paris declarou em 2019 que Paulo Branco não detém direitos no filme.

Em Portugal, em junho de 2018, o Tribunal de Propriedade Intelectual também negou ao produtor os direitos sobre o filme.

A longa-metragem "O homem que matou D. Quixote" teve a estreia mundial em 2018, no Festival de Cinema de Cannes (França), percorreu outros festivais e esteve em exibição em vários países.

"O homem que matou D. Quixote" é protagonizado por Jonathan Pryce e Adam Driver, um projeto antigo de Terry Gilliam, autor de filmes como "Time Bandits", "Brazil" e "12 Macacos", além de ter sido membro do grupo de humoristas Monty Python.

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