FC Porto com 243 milhões de euros de buraco no curto prazo

O relatório e contas relativo à época 2023/24 mostra como as dívidas de curto prazo estão a asfixiar a atividade do FC Porto. O buraco entre o passivo corrente e o ativo corrente é de 243,3 milhões de euros. O défice entre o património portista e aquilo que terá de ser pago até ao fim de junho de 2025 aumentou 78,5 milhões de euros no espaço de um ano (mais 47,6%).

Boa parte deste buraco está relacionado com as transações de jogadores. Como nos últimos anos o FC Porto foi adiantando (com pagamento de juros) os valores das vendas que fazia, só tem a receber 26 milhões de euros, quando o que tem a pagar dos futebolistas contratados ascende a 119,9 milhões de euros. Mais grave é que esta diferença pesa na conta corrente (-85,9 milhões de euros), pois o FC Porto só tem a receber 6,7 milhões de euros e deve 92,6 milhões de euros.

O problema desta dívida a outros clubes e empresários é que se não for saldada dentro dos prazos previstos, é motivo para a UEFA tornar efetiva a pena de um ano de suspensão das provas europeias. E desde o primeiro dia que tomou posse que Villas-Boas luta contra esta ameaça. Pereira da Costa, o administrador financeiro portista, revelou ontem que até ao fim de maio tiveram de ser pagos 12 milhões de euros de salários, ao Fisco e Segurança Social, e outros 16 milhões de euros a clubes até ao fim de junho. Durante o verão foram saldados ainda outros 16 milhões de euros a fornecedores.

Voltando à dívida a clubes, o relatório portista mostra que o valor a pagar até ao fim deste ano civil era de 76 milhões de euros. Desses, 53,7 milhões de euros venciam no final de setembro. Pereira da Costa assumiu ontem que 34 milhões de euros já foram pagos, pelo que o restante valor terá sido adiado mediante acordo. Entre outubro e dezembro a conta é de 22,3 milhões de euros.