HEWITT FOI IMPIEDOSO
Lleyton Hewitt está aí para durar.
Depois de ganhar o seu primeiro título do Grand Slam no Open dos Estados Unidos em Setembro do ano passado e de ascender ao primeiro lugar da hierarquia mundial com o triunfo na Masters Cup que encerrou a época em Sydney, o jovem australiano provou ser o melhor jogador da actualidade ao derrotar o argentino David Nalbandian por claros 6-1, 6-3 e 6-2 na final de Wimbledon.
Há dois anos que os torneios do Grand Slam vinham registando diferentes campeões masculinos com oito vencedores distintos entre Wimbledon/2000 e Roland Garros/2002, mas a vitória de Hewitt veio sacudir um pouco o caos do circuito profissional masculino e fazer dele um merecido patrão. Na temporada americana de torneios em pisos sintéticos que se avizinha e que conduz ao Open dos Estados Unidos, será o homem a abater - e, apesar dos seus apenas 21 anos e um físico aparentemente frágil (1,80m para 69 kg), parece perfeitamente apetrechado para lidar com a pressão.
David Nalbandian, de 20 anos e a jogar pela primeira vez no mítico Centre Court, surgiu bloqueado pela solenidade da ocasião e pela segurança evidenciada pelo rapaz dos Antípodas... não conseguindo repetir as exibições anteriores e passando um pouco ao lado do encontro.
"É muito difícil jogar tacticamente com o Hewitt", reconheceu o actual campeão do Estoril Open. "Ele tem resposta para tudo e faz tudo bem. Também não é fácil jogar pela primeira vez no Centre Court e logo na minha primeira final de um torneio do Grand Slam. Nunca me senti cómodo, mas vou regressar para o ano e espero que as coisas corram melhor". A final com a média de idades mais baixa acabou por se tornar numa das finais mais sucintas (1h57m) da história da competição...
Nalbandian iniciou o encontro com uma dupla-falta e, depois de Hewitt ter chegado rapidamente aos 4-0, entregou o primeiro set com outra dupla--falta. No início do segundo set houve a primeira interrupção devido à chuva, e no regresso o argentino começou finalmente a soltar as suas tradicionais acelerações no fundo do court... só que uma segunda interrupção a 3-3 cortou-lhe o ímpeto e a partir daí o australiano cavalgou rumo ao título.
"Vi o Pat Cash ganhar aqui há 15 anos e não consigo acreditar que estou a segurar o troféu", discursou Hewitt - que, tal como Cash em 1987, subiu ao camarote dos jogadores para cumprimentar a família, namorada e treinador. "Há já alguns meses que sentia que iria acontecer algo de especial aqui em Wimbledon. Agora, sinto-me como num sonho estranho e ainda não me convenci de que isto é mesmo real, depois de ter pensado tanto em ganhar aqui quando era miúdo".
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