Nem era preciso tanto

O 2-0 pode levar o leitor a pensar que o campeão derrotou sem dificuldades uma das duas equipas europeias que ainda não tinham perdido esta temporada. E tem toda a razão.

26 de novembro de 2007 às 00:00
Nem era preciso tanto Foto: Estela Silva / Lusa
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O FC Porto começou por fazer um golo logo aos cinco minutos. Tudo simples, entrada pelo meio, tabela entre Lucho e Lisandro, nenhuma hipótese para Eduardo. O Vitória, habitualmente seguro atrás, cedia.

O tempo explicaria que esse era apenas um dos problemas. Com um meio-campo de combate, o Vitória costuma viver da espontaneidade dos extremos e da boa gestão de Pitbull. Mas desta vez o brasileiro levou um cartão amarelo (e bem) aos dois minutos e raramente se viu. Os sadinos caminhavam para a pior exibição da época. E lá chegariam, para desespero de Carlos Carvalhal.

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DOIS EM UM

O campeão entrava naquele registo seguro que às vezes adormece até a própria equipa e enerva os adeptos. À passagem da meia hora, com tudo controlado, o dragão recebia dois ou três assobios. Os adeptos do FC Porto são exigentes, mas desta vez exageravam. O Vitória de Setúbal estava fora do jogo e precisamente à passagem da meia hora surgiam as primeiras oportunidades para o 2-0. E notava-se que havia Quaresma.

O segundo tempo confirmaria esta ideia. Mas antes Carvalhal agitou um pouco, com Edinho, um avançado que teve pelo menos o mérito de incomodar Pedro Emanuel, regressado sem grande ritmo. Mas o Vitória continuava a não ter bola. O FC Porto dominava sem dor um adversário aborrecido e desperdiçava oportunidades. O jogo só não perdia interesse porque Quaresma estava numa noite de espantosa boa disposição. Somou lances notáveis, terminou com um golo notável e um sorriso.

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Jesualdo regressou às vitórias e garantiu o essencial, mais um bónus. Ou seja, a garantia de que sairá líder da Luz e a alegria de ver Quaresma ao melhor nível.

JESUALDO: "FIZEMOS JOGO INTELIGENTE"

“Obrigámo-nos a ser competentes e fizemos um jogo inteligente. O FC Porto teve muitas ocasiões de golo. A ideia era ganhar de forma clara, para repor os níveis de confiança.” Jesualdo Ferreira, técnico do FC Porto, exultou com o regresso dos dragões às vitórias – após dois empates – na Liga, mas não deixou de salientar a réplica do V. Setúbal: “Eles são uma equipa de transições rápidas, mas anulámos os seus pontos fortes.” “Foi um resultado magro. No entanto, continuamos em primeiro lugar e desde que estejamos à frente é mais confortável”, acrescentou.

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Já Carlos Carvalhal admitiu que os sadinos não estiveram ao nível que lhes permitiu chegar até ontem sem derrotas. “O FC Porto respeitou-nos muito. Fez um jogo inteligente e tivemos poucas oportunidades. Foi a primeira derrota, mas hoje [ontem] não estivemos ao nosso nível”, disse o técnico do V. Setúbal.

POSITIVO: AS NOTAS DE QUARESMA

No final do jogo da Selecção o extremo portista teve um desabafo curioso. Queixou-se ele que o criticam de mais e os outros, fazendo menos, recebem boas notas. É capaz de ter razão. Mas este domingo Quaresma jogou de facto muito bem e a nota alta que recebe é de todo merecida.

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NEGATIVO: TAMBÉM FALTOU MATHEUS

O V. Setúbal teve um problema que normalmente é inultrapassável: não funcionou como equipa. Como se não bastasse, também os seus melhores jogadores se ausentaram durante largos minutos. A falta do extremo Matheus foi a mais notada.

ARBITRAGEM: SÓ UM ERRO

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Carlos Xistra dirigiu bem o jogo, embora com um critério demasiado apertado quanto à utilização do cartão amarelo. O árbitro terá errado apenas uma vez, quando aos 71’ não marcou um penálti favorável ao FC Porto.

Local: Estádio do Dragão, no Porto

(37 309 espectadores)

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Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)

FC PORTO: Helton, Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Cech, Paulo Assunção (Kazmierczak, 87m), Raúl Meireles ( Farías 87m), Lucho Gonzàlez, Quaresma, Tarik (Mariano González, 63 m), Lisandro. Treinador: Jesualdo FeRreira

V. SETÚBAL: Eduardo, Janício, Robson, Auri, Adalto, Elias (Filipe Gonçalves, 80m ), Sandro, Paulinho (Edinho, 46 m), Ricardo Chaves, Pitbull, Matheus (Bruno Gama, 63m), Treinador: Carlos Carvalhal

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Marcador: 1-0 Lisandro (5 m), 2-0 Quaresma (86 m)

Acção disciplinar: Cartões amarelos – Amarelos: Pitbull (2 m), Paulo Assunção (36 m), Janício (57 m), Adalto (70 m) e Pedro Emanuel (79 m)

Melhor jogador: Quaresma

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