Psicóloga vai avaliar seleção brasileira
Os 23 futebolistas da equipa canarinha vão ter uma conversa com a psicóloga Regina Brandão.
Mesmo antes de entrarem em campo na Granja Comary, na região serrana do Rio de Janeiro, onde vão fazer a preparação para o Mundial, para serem avaliadas as suas condições físicas e técnicas, os 23 jogadores convocados para a seleção brasileira vão ter avaliada outra parte do corpo não menos importante, a cabeça. Uma psicóloga, que já fez trabalho semelhante com a seleção de Portugal quando esta também era comandada por Luiz Felipe Scolari, vai avaliar a partir desta quarta-feira, 28, o estado emocional do escrete canarinho.
Um a um, os 23 futebolistas vão ter uma conversa com a psicóloga Regina Brandão, algo entre uma entrevista e uma conversa descontraída entre amigos. Depois, cada um dos atletas vai ter que responder a um questionário com perguntas que vão desde como reage ao marcar um golo ou ao cometer uma falha grave, até indagações sobre a sua vida familiar e momentos mais marcantes da sua carreira.
O resultado dessas entrevistas e desses questionários não será divulgado, sendo para uso exclusivo de Scolari, que poderá levá-los em conta para decidir quem são os futebolistas que jogam ou não. O técnico já avisou que o trabalho de Regina Brandão é importante como suporte de avaliação, mas que quem analisa e decide é ele.
“O psicólogo aqui, sou eu. Ela [Regina] dá-me uma ideia e aí eu vejo se vou agir mais forte com determinado jogador. Há alguns que logo no primeiro momento baixam a guarda”, afirmou Luiz Felipe Scolari ao comentar o trabalho da psicóloga, que ficará apenas uma semana na Granja Comary, onde a seleção brasileira ficará sediada e fará a preparação para o Mundial, não acompanhando o grupo nas deslocações para os jogos.
Pós-graduada em Psicologia do Desporto por uma universidade de Cuba e doutora em Ciência do Desporto pela Unicamp, Universidade de Campinas, Regina Brandão é especialista em stress de jogadores de futebol e já fez parceria com Scolari, além de na seleção portuguesa, também na seleção brasileira que conquistou o penta Campeonato do Mundo, em 2002, e com outros técnicos em diversas equipas. Afirmando que os futebolistas brasileiros são, para o bem e para o mal, mais intensos do que os de outros países, Regina adianta que é essencial conseguir analisar essas emoções, mas talvez não tenha um trabalho muito fácil, dadas as reações já conhecidas de alguns dos atletas que vai ter que avaliar.
Neymar, por exemplo, ao ser questionado sobre o assunto durante um evento público realizado por um patrocinador do Mundial, comentou, sem conseguir conter um ataque de riso: “A gente não precisa de psicóloga. Não estamos doidos...”
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