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Telefone usado para falar com motorista de TVDE assassinada usado com prostituta carbonizada

Polícia Judiciária confirma que o telefone usado por José Mascarenhas para contactar Sandra Andrade, cujo corpo foi encontrado dentro de uma mala, em Almancil, em agosto de 2022, foi o mesmo utilizado para falar com Josielly Rodrigues, encontrada carbonizada em janeiro de 2023.

24 de setembro de 2025 às 20:26

"Sou bonito, não sou? O hilariante comentário foi feito esta quarta-feira por José Mascarenhas, em frente às câmaras de televisão, quando saía do Tribunal de Faro durante a primeira sessão de julgamento pelo sequestro e homicídio de uma mulher brasileira, cujo corpo foi encontrado carbonizado junto ao IC1, em janeiro de 2023.

Durante a primeira sessão de julgamento, que está a decorrer com Tribunal de Júri, o arguido, conhecido por 'Keny', aceitou falar para dizer apenas que está de "consciência tranquila" e que não é verdade o que está na Acusação do Ministério Público. 

No entanto, os investigadores da Polícia Judiciária têm uma opinião contrária, até porque encontraram muitos indícios que ligam o suspeito à morte de Josielly Rodrigues e a outros crimes. "Tínhamos uma investigação em curso sobre o desaparecimento de uma motorista de TVDE e existia um suspeito que tinha feito contactos com a vítima Sandra Andrade [corpo foi encontrado dentro de uma mala, em Almancil, em agosto de 2022]. O telemóvel que foi usado nesses  o mesmo que o interlocutor usou para ligar para Josielly no dia do desaparecimento", explicou em tribunal Luís Miguel Paes, inspetor-chefe da Polícia Judiciária de Faro, que revelou que o cadáver da vítima foi encontrado no fundo de uma ravina de 15 metros "totamente carbonizado".

Segundo os investigadores da PJ, a vítima combinou encontrar-se com o suspeito, que horas depois terá usado o seu cartão bancário. "A vítima tinha uma conta bancaria e o cartão foi utilizado nesse dia 6, quando já tinha desaparecido, em duas tentativas de levantamento de 150 euros numa caixa multibanco em Boliqueime", recordou Carlos Guerreiro, inspetor da PJ. Horas depois, o mesmo cartão foi usado num bar de alterne para fazer um pagamento e em "duas transferências de 760 e 170 euros para uma funcionária do Kopas Bar". O mesmo investigador garante que "as imagens de videovigilância do Kopas Bar mostram que na hora do pagamento com o cartão da vítima o arguido estava no balcão a fazer esse pagamento". 

O Ministério Público acredita que o suspeito usou o carro da namorada para praticar o crime, onde os investigadores encontraram os telemóveis do suspeito e da vítima, depois de este ter sofrido um acidente, no dia seguinte, a fugir à GNR. Dentro da viatura, foi encontrado "um cabelo no banco de trás que tem o perfil genético da vítima". 

José Mascarenhas já tinha sido condenado em 2019 pela morte de Tatiana Mestre, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal da Relação por entender que pode ter existido contaminação de provas. A mãe de Tatiana, que assistiu ao julgamento e reviveu a morte da filha, tem esperança que se "faça Justiça" desta vez, lamentando que nos dois casos "a investigação aos cabelos encontrados não foram bem analisados".

A próxima sessão de julgamento está marcada para dia 8 de outubro.

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