Treinadores de futebol abrem guerra após promoção de Rúben Amorim
Atual regulamento, escrito e aprovado pelos clubes, impõe que os treinadores da Liga tenham o quarto nível UEFA Pro.
A promoção de Rúben Amorim dos sub-23 à equipa principal do Sp. Braga, sem as qualificações necessárias para treinar um clube da Liga, foi a gota de água para a Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF).
O organismo, que pelo mesmo motivo já criticara no fim de setembro a escolha de Jorge Silas para técnico do Sporting, passa agora das palavras aos atos.
"A ANTF irá propor ao Governo a alteração do Regime Jurídico das Federações Desportivas, no sentido de ser retirada aos clubes (Liga) a autonomia que lhes assiste para decidirem em causa própria em matérias tão sensíveis como a elaboração do regulamento de competições, assim como as consequências do seu incumprimento", refere a associação.
O atual regulamento, escrito e aprovado pelos clubes, impõe que os treinadores da Liga tenham o quarto nível UEFA Pro.
Contudo, é frequente esta obrigação ser contornada: na ficha de jogo é apontado como treinador principal um dos adjuntos com a formação exigida, enquanto a pessoa que efetivamente chefia a equipa técnica surge como delegado.
"A ANTF manifesta o seu repúdio por mais este triste episódio, que mancha a classe dos dirigentes e desprestigia o futebol português. Uma vergonha".
Liga afirma que cumpre as regras
"A Liga é sensível aos argumentos apresentados pela ANTF, no que às qualificações profissionais dos treinadores diz respeito. Nenhuma equipa técnica das competições profissionais é inscrita se não estiverem cumpridos os pressupostos regulamentares", afirmou esta quinta-feira a Liga de Clubes, garantindo ainda que cumpre "um conjunto de regras cada vez mais rígidas", pelo que a autorregulação não deve ser colocada em causa.
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