A edição de hoje
Jorge Jesus pediu aos jogadores do Benfica para não se esquecerem dos emigrantes, assim que entrarem hoje no Parque dos Príncipes para defrontar o Paris Saint-Germain, na 2ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa (2-1 no 1º jogo).<br/><br/>
Esta tarde, nas bancadas do recinto parisiense vão estar cerca de 42 mil pessoas. Entre 25 a 30 mil serão luso-descendentes e emigrantes, a torcer pelo Benfica, embora a maioria sejam sócios do PSG.
José Teixeira, taxista em Paris há mais de 30 anos, natural da Amadora, disse ao CM que é simpatizante do PSG e do Benfica e que hoje não vai ter dúvidas. "Espero que os jogadores do meu clube pensem nos emigrantes e ganhem este jogo. É certo que gosto muito do PSG, mas, desta vez, o coração encarnado fala mais alto."
Já Joaquim Martins, trabalhador da construção civil, de 45 anos, natural de Viseu, há duas décadas em França, frisou que a comunidade lusa de Paris sentirá um "enorme orgulho" se o Benfica eliminar o PSG. "Assim, os meus companheiros de trabalho franceses veriam que Portugal também tem coisas muito boas, como o Benfica, e que não é só um país em crise."
Na região de Paris vivem cerca de um milhão de portugueses, metade do número que existe em toda a França, segundo os últimos dados estatísticos.
O CM sabe ainda que nas últimas duas semanas algumas centenas de portugueses fizeram-se sócios do PSG para terem direito a um bilhete mais barato para o jogo de hoje. "Não ficámos zangados por isso. Sabemos que Paris também é a capital dos portugueses em França. Sempre foi assim nos jogos contra as equipas portugueses, especialmente o Benfica. Todos serão bem-vindos", afirmou ao CM Mathias Barbera, dirigente do PSG, confirmando que as águias terão um apoio "fortíssimo" nas bancadas.
Nas bilheteiras do clube onde jogaram Humberto Coelho e Pedro Pauleta, entre outros, ainda restam cerca de dois mil ingressos de 50 euros. Os preços variavam entre 12 (sócios do PSG) e 140 euros.
"PODEMOS QUEBRAR TODO O TIPO DE INVENCIBILIDADES"
Pablo Aimar está optimista para o jogo deste final de tarde (18h00) com o PSG, apesar de os franceses nunca terem perdido em casa frente a equipas portuguesas. "Temos um modelo de jogo estabelecido há dois anos e já demonstrámos que podemos quebrar todo o tipo de invencibilidades. Lembro que fomos a primeira equipa portuguesa a vencer na Alemanha, quando derrotámos o Estugarda [2-0]. Esperamos que a história se repita neste jogo", disse.
O argentino mostrou-se igualmente motivado pelo elevado número de adeptos encarnados que vão estar nas bancadas do Parque dos Príncipes. "Esse apoio é muito importante. Tem-se feito sentir sempre que jogamos fora de casa e ajuda muito a motivar a equipa."
JESUS CHAMA 21 JOGADORES
Jorge Jesus chamou 21 jogadores para o PSG: Roberto, Moreira e Júlio César (guarda-redes); Maxi, Luisão, Sidnei, Coentrão, Jardel, Roderick e Peixoto (defesas); Airton, Javi, Martins, Aimar, Salvio e Gaitán (médios); Cardozo, Saviola, N. Gomes, Jara e Kardec (avançados).
KOMBOUARÉ COM REFORÇOS
Clement, Giuly, Jallet, Makelelé e Hoarau (falharam jogo na Luz) estão de regresso à lista de convocados do técnico Antoine Kombouaré. Luyindula, autor do golo do PSG em Lisboa, não foi chamado por se encontrar lesionado.
DISCURSO DIRECTO
"NÃO SABEMOS JOGAR À DEFESA", Jorge Jesus, Técnico do Benfica
– O Benfica está na sua máxima força?
–Temos uma equipa muito motivada e bem preparada fisicamente para este jogo. Foi a pensar nele que gerimos o jogo com o Portimonense [1-1].
– Perdido o campeonato, é o jogo do ano para o Benfica?
– Há muitos anos que o Benfica não conquista uma competição europeia e seria importante ganhar este troféu. Estamos em três frentes, mas, para mim, a Liga Europa e a Taça de Portugal são as duas provas mais importantes.
– Vai apostar em Pablo Aimar ou Carlos Martins?
– Não digo se joga um ou o outro porque é um pormenor com muita importância e não quero dar trunfos ao adversário.
– Falou em defender o resultado; vai jogar à defesa?
– O Benfica tem muitos jogadores criativos e ofensivos. Não sabemos jogar à defesa. Vamos entrar em campo e tentar marcar primeiro, como em Estugarda.
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