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Benfica esmaga triste Sporting no dérbi

Derrota é pesada para a equipa de verde e branco, mas podia sê-lo ainda mais.

04 de fevereiro de 2019 às 01:30

É uma derrota pesada para o Sporting, sim, mas podia sê-lo ainda mais. Este Sporting vive uma crise de lideranças.

Depois de um presidente insano virar adeptos fanáticos contra técnicos e jogadores, o presente está ainda longe da grandeza que o clube justifica. Quando Varandas aproveitou a ressaca da vitória da Taça da Liga para dizer que o plantel é fraco, talvez devesse ter contado até dez e mantido o silêncio. Os jogadores terão ficado ainda mais descrentes nas suas parcas capacidades.

Sim, parcas! Este é o Sporting recheado de jogadores banais (Bruno Gaspar, André Pinto, Jefferson, Gudelj), sem dimensão para representar um emblema que queira aspirar ao título.

Vamos ao jogo: o Benfica monta o seu onze habitual, sem qualquer surpresa ou subtileza, e manda na relva. Tudo flui de forma simples e alegre. É corolário disso o golo que Seferovic marca aos 11’. Gabriel desmarca Grimaldo, que centra com o seu maravilhoso pé esquerdo, Coates parece perdido em busca de um ovni e Seferovic cabeceia para o 1-0.

A bola só reconhece uma equipa. Aos 22’, há golo anulado a João Félix pelas imagens vídeo. Uma falta sobre Wendel subtrai o golo do marcador. Mas o segundo golo do Benfica chega, claro, aos 36’. Seferovic isola Félix, colocado em jogo por Bruno Gaspar, que bate Renan com a classe dos predestinados num toque por cima do corpo do guardião.

O Sporting reduz, aos 43’, numa perda de bola de Samaris, que Nani aproveita para fazer a sua única jogada positiva, ao isolar Bruno Fernandes para um remate seco, desde a meia direita.

Com 2-1 ao intervalo, Nani fica no balneário e entra o deslaçado Diaby. Mas todos os dados do jogo continuam iguais. O Benfica é muito superior. Logo aos 47’, um excelente centro de Pizzi, na execução de um livre desde a direita, apanha Rúben Dias sem marcação competente (André Pinto andava por ali). Cabeçada ao ângulo faz o 3-1.

Penoso para os sportinguistas é a sensação de que o Benfica nem sequer precisa já de dar o seu máximo. O jogo está mais feio, desgarrado. Mas só o Benfica parece capaz de chegar ao golo. Apenas um livre de Raphinha, aos 62’, contraria esta tendência ao bater no ferro.

Aos 72’, Félix sofre penálti por toque de Renan. Pizzi faz o 4-1. Pouco depois o grande mago benfiquista desperdiça um golo fácil e logo sai para os aplausos dos adeptos que silenciaram Alvalade.

Aos 82’, Bas Dost é derrubado por Odysseas, num lance em que também se provou a justiça acrescida que trazem os meios vídeo. Só as imagens levam Soares Dias a dissipar dúvidas e a decidir bem pela marcação de penálti. O guardião do Benfica é expulso e o avançado marca o 4-2. Entre o lance da falta e o remate fatal passam oito minutos.

Tempo demasiado para coisa tão simples. Tempo que Soares Dias não soma devidamente aos 7’ de descontos dados.

Benfica volta a depender apenas dos seus resultados

O Benfica recuperou ontem o segundo lugar na classificação da Liga, por troca com o Sp. Braga. E ficou mais perto da liderança, após o empate do FC Porto (0-0) no terreno do V. Guimarães.

A equipa da Luz está agora a três pontos dos dragões e por isso volta a depender apenas dos seus próprios resultados para poder chegar ao título.

Já o Sporting está cada vez mais longe da frente e mesmo o segundo lugar começa a parecer uma miragem.

ANÁLISE 

Benfica simples

A vantagem de Bruno Lage é a forma como devolve o futebol do Benfica à simplicidade. Não há geringonças táticas. A equipa assenta o jogo na fluidez de circulação da bola e no génio intenso de João Félix. Até parece fácil. A alegria traz frescura física e solidariedade às ações.

Demasiado vulgar

Quando Keizer aparece, traz uma pressão alta eficaz e muita bola pelos flancos. O que acontece depois é mistério. Demasiado poder em jogadores que não estão para correrias? Facto é que o Sporting se afunda, sem líderes que apontem caminhos que não seja insultar os árbitros.

O melhor de cá

Soares Dias mostra o que poderá ser o futebol quando os jogadores não tiverem apoio para cavarem faltas e faltinhas, em vez de procurarem manter-se em jogo, como lhes cabe. Já tem a humildade de usar as imagens vídeo em seu favor. Todas as decisões-chave são justas.

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