Líder sadino não sabe se vai cumprimentar o presidente leonino Bruno de Carvalho na próxima vez que se cruzarem.
Correio Sport - É presidente do V. Setúbal desde 2009. O que é que ainda pode dar ao clube?
Fernando Oliveira: O que dei ao Vitória é público. Sempre vim em circunstâncias especiais. Em 1984, vim para desbloquear a sala do bingo que construí num tempo recorde de 59 dias e criei 50 postos de trabalho. Há oito anos, o clube estava a ser dirigido por dois funcionários [Marco Santos e Paulo Grencho]. Os ordenados não estavam pagos. O barco estava à deriva e no conselho vitoriano ventilaram a hipótese de arranjar um nome para o clube nos distritais. Fiquei estupefacto, porque o Vitória é um clube histórico e com pergaminhos. Era mau de mais para ser verdade. Disse que não atirava a toalha ao chão e acabámos por não descer de divisão. Arranjei 650 mil euros para pagar ordenados e outras coisas, com o compromisso com o sponsor de assumir os destinos do clube.
–E agora ?
- Fui o único que fez melhoramentos no estádio. Falta a academia. Não é por acaso que o Benfica (Seixal) e o Sporting (Alcochete) vieram para este lado. É nesta zona que está o viveiro de jogadores. Temos de fazer o aproveitamento dos jovens que gravitam na nossa cidade e nos distritos que nos são afetos.
– Qual é o orçamento?
– Vai custar 4 milhões de euros. Terá quatro campos e uma parte hoteleira. Há vários parceiros interessadíssimos em investir na formação.
– Tem sido um presidente contestado, com vários processos na Justiça e dívidas...
– Não sei se sou contestado. Talvez numa franja que está referenciada. Os processos são referentes a dívidas do Vitória, não são minhas.
– As contas de 2015 e o orçamento para 2016/17 não foram aprovados…
– Quando apresentámos as contas já sabíamos que isso ia acontecer. Foi uma coisa concertada. A nós não nos afetou. Nas AG surgem poucas pessoas e é fácil a manipulação.
–Qual é a saúde financeira do V. Setúbal?
– É agradável. Normalmente ouvia-se o Vitória a ser badalado por ter salários em atraso e isso acabou. Nos últimos quatro anos temos tido contas positivas. Se me pergunta se navegamos em boas águas? Necessitamos sempre de dinheiro pois pagamos dívidas que têm mais de 12 anos. As receitas são menores. As receitas de bilheteira só rendem se for o Benfica e o Sporting se estiver bem, o FC Porto nem conta. Mas é o Benfica que é o nosso abono de família. E ficamos por aí. Este é um distrito com dificuldades e o dinheiro faz falta para outras coisas.
–Sente que tem condições para ser reeleito?
– Todas. Sou o único que tem condições para ser presidente.
– Como analisa os seus adversários eleitorais: António Santos e Vítor Hugo Valente?
– Respeito todos os associados, mas as propostas que têm apresentado já eu as pratico há oito anos. Não é segredo para mim. Não dá para rir, mas é o que eu já faço. Não acrescentam nada. O meu projeto é formação, formação.
– O que falta ao V. Setúbal: atingir um lugar europeu ou ganhar uma das taças?
– Eu e o treinador José Couceiro já pensamos na nova época. O que falta é arranjar jogadores que sejam mais-valias. Não precisamos de muitos. É um objetivo nosso e dos sócios, que estão sedentos de uma taça. Fizeram uma romaria ao Algarve na final four da Taça da Liga.
– Depreendo das suas palavras que José Couceiro continua a ser o seu treinador?
– Indiscutivelmente. Já o tinha ido buscar e voltei a contratá- -lo. É o nosso treinador. Regozijo-me que os outros candidatos tenham o desejo de mantê-lo. Estou disponível para renovar o seu contrato pelos anos que ele quiser.
–O que é que se passou para que André Geraldes e Ryan Gauld tivessem regressado ao Sporting?
– Foi uma infelicidade do Sporting. Aceito que os dirigentes tenham dias bons e maus. No dia do jogo, um vice-presidente que lanchou comigo prometeu-me que os jogadores continuavam. Fizeram mal, porque demos provas de que os jogadores beneficiavam em estar aqui. O João Mário esteve uma época e regressou para ser vendido por um valor recorde ao Inter Milão. Quando o fui buscar, ele nem sempre jogava na equipa B. Alguns dos entendidos até diziam que ele era um jogador com pouca intensidade. Não nos preocupámos e o jogador evoluiu. Não entendemos o desejo de tirarem os jogadores daqui para os emprestarem ao Desp. Chaves uma equipa que tem os mesmos objetivos. É um atrevimento e uma falta de respeito.
- É possível retomar as relações ?
– É sempre possível. O que pedimos foi que fosse feito um comunicado conjunto com cada equipa a assumir as suas responsabilidades e colocávamos uma pedra sobre o assunto. O Sporting não quis.
– Quando vir o Bruno de Carvalho vai cumprimentá-lo?
– Não sei.
– Quais são as expectativas para o jogo com o FC Porto?
– Já defrontámos os grandes e só perdemos um jogo, com o Sporting em Alvalade. Estamos convictos de que gostaríamos de fazer uma gracinha para dar uma alegria aos nossos sócios que vibram com esses resultados.
– Como estão as relações com o Benfica?
– Boas. Muito boas. Com o negócio André Horta reforçámos as relações.
– Tem alguma preferência pelo o novo campeão?
– Não. Gostava que o campeão fosse o Vitória...
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