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Pequena cidade de Saransk tenta caber no Mundial

Aeroporto só tem um tapete para malas. Táxi é barato, comida não.

22 de junho de 2018 às 08:39

Ai vai para Saransk? Ui, boa sorte". A reação em Moscovo deixa perceber a estupefação de grande parte dos russos com a escolha da cidade, a 650 km a leste da metrópole e com cerca de 300 mil habitantes, como palco do Mundial.

Capital da República da Mordóvia, divisão federal, e que reúne diferentes grupos étnicos - falam-se mais idiomas além do russo -, Saransk tenta caber num fato acima da medida. Um investimento de perto de 500 milhões de euros tornou a cidade mais atrativa - a Arena é uma construção recente, tal como o são vários hotéis e as melhorias no aeroporto, que só tem um tapete para as malas.

No centro, vai-se fazendo a festa com folclore típico. Para lá chegar, o táxi é barato: uma viagem de 10 minutos fica por um euro. A comida nem tanto: uma refeição num restaurante fica acima dos 30 €, incluindo o café a 1,40 €. Uma água 0,20 l vale 1 euro.

Saiba mais

44 mil

lugares tem a Arena Mordóvia, que depois do Mundial reduzirá a capacidade para apenas 25 mil. Ainda assim, mais do que suficiente para a média a rondar os mil espectadores do clube local, que está nas divisões secundárias.

Depardieu

O ator francês Gérard Depardieu é o ‘cidadão’ mais conhecido de Saransk, isto no papel, depois de conseguir a cidadania russa numa ‘guerra’ com França devido a impostos. A cidade recebe quatro jogos da prova.

Apontamento histórico

O depois de Estaline

Com a morte de José Estaline, em março de 1953, a repressão aliviou na URSS. A troika (Beria, Malenkov e Molotov) da transição até novo líder criou mesmo uma comissão para libertar dos presos nos campos de concentração Gulag. Os primeiros a sair foram as viúvas e parentes deportados com o chefe de família. A segunda diretiva abrangeu os condenados por propaganda oral (dizer coisas contra o regime). Só assim amnistiou-se cerca de um milhão dos 2,5 milhões de presos. O processo durou até 1960. Do tempo ficaram relatos pungentes e anedotas. Numa delas, a mãe vai à estação ferroviária esperar o filho, preso há 20 anos, e identifica-o imediatamente. Ele, surpreso, pergunta: "Como é que me reconhecestes ao fim de tanto tempo?". "Pelo casaco, meu filho".

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