Macau irá receber durante cinco anos partidas da pré-época da NBA.
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O regresso da liga norte-americana de basquetebol (NBA) à China, após seis anos de rutura, pode ajudar a combater o preconceito dos pais chineses quanto à prática de desporto, disseram este domingo dois empresários.
Quase 14 mil pessoas viram os Brooklyn Nets a bater os Phoenix Suns, por 111-109, desforrando-se da derrota de sexta-feira, também em Macau, que irá receber durante cinco anos partidas da pré-época da NBA.
Uma vitória que entusiasmou Pang, 10 anos, que envergava com orgulho um boné dos Nets. "Foi tão fixe! Quando for grande também quero ser jogador", disse à Lusa o jovem nascido em Macau.
Foi um fim de semana de sonho para Pang, que no sábado treinou com antigas glórias da NBA, incluindo Vince Carter, Kevin Garnett, Shaquille O'Neal, Jeremy Lin e o chinês Yao Ming.
Mas, questionados sobre o desejo do filho, os pais foram realistas. "Claro que ele pode jogar e divertir-se, mas aqui em Macau nenhum atleta é profissional. O mais importante são os estudos", disse a mãe à Lusa.
Pang ainda apontou para Zeng Fanbo, o jovem de 22 anos que deixou os Beijing Ducks, da capital chinesa, para assinar em agosto com os Nets, mas os pais não ficaram convencidos.
Não era preciso ir tão longe. Leo Lei, de 17 anos, tornou-se o primeiro jogador local convidado para os campos Basquetebol Sem Fronteiras da NBA e assinou pelos Macau Black Bears, que disputam a Super Liga do Leste da Ásia.
Mas o preconceito já vem de longe. "Há 25 anos que venho à China e sempre ouvi os pais a dizerem que [os filhos] não podem praticar desporto, porque a educação é mais importante", lamentou hoje David Beckham.
Algo que acaba por limitar o impacto do "muito investimento nas camadas jovens" feito na China, acrescentou o antigo futebolista internacional inglês, num evento público sobre o negócio do desporto.
No mesmo evento, o dono dos Brooklyn Nets, Joe Tsai Chung-Hsin, admitiu que "a cultura asiática não é muito propícia ao grande desenvolvimento de modalidades coletivas".
"Se és um pai, queres que os teus filhos tirem boas notas e entrem numa boa universidade", acrescentou o também presidente da gigante tecnológica chinesa Alibaba.
Joe Tsai, nascido em Taiwan, lamentou que o papel do desporto na educação não seja "reconhecido na China" e defendeu que "participar em modalidades coletivas ensina como ser um bom ser humano".
David Beckham, que jogou futebol profissional durante 21 anos, confirmou que "a educação e o desporto andam de mãos dadas" e referiu que o futebol em particular ensina "dedicação, respeito, [e] sacrifício".
A China é já das maiores potências desportivas do mundo, mas Joe Tsai defendeu que o atual sistema não ajuda, uma vez que "obriga desde uma tenra idade a escolher entre o desporto ou os estudos".
"O desenvolvimento desportivo chinês costumava ser um cilindro que depois se transformava numa ponta de lápis. É preciso construir uma pirâmide que termine na elite", explicou o empresário.
Ainda assim, Tsai está entusiasmado com "uma participação mais alargada das crianças [no desporto] nas sociedades asiáticas".
Um caminho que o futebol nos Estados Unidos também está a percorrer, referiu David Beckham, que se juntou, em 2007, ao LA Galaxy.
"Quando me mudei para os EUA, nenhuma equipa da MLS [a liga norte-americana de futebol] tinha camadas jovens. Agora, todas as equipas têm", disse Beckham, um dos donos do Inter Miami, clube da MLS cuja principal estrela é Lionel Messi.
"Espero que inspiremos mais crianças a seguir os seus sonhos", disse à Lusa Ziaire Williams Jr, extremo dos Nets. "O basquetebol é realmente divertido e também ensina sobre a vida", acrescentou.
No final de contas, o mais importante é "manter a alegria e o espírito da competição desportiva", concordou o treinador dos Phoenix Suns.
"Mesmo ao mais alto nível, na NBA, é só isso que queremos fazer e sentir quando praticamos desporto", disse Jordan Ott à Lusa.
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