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Sporting dá novo tombo na Madeira

Leão não vence no Marítimo pelo terceiro ano seguido e falha a aproximação ao Sp. Braga.

26 de fevereiro de 2019 às 01:30

Bater três vezes na Madeira não pode ser só uma questão de azar. Pela terceira época consecutiva, o Sporting falha a vitória na visita ao Marítimo, muito por culpa própria, mas também por grande mérito de um homem da casa: Charles defendeu tudo e deixou o leão a zeros. A aproximação ao Sp. Braga é ténue - fica a três pontos - e cresceu o fosso para os rivais da frente.

O primeiro desenho de Keizer nos Barreiros devolveu o Sporting a uma linha de quatro defesas, apesar da maior projeção ofensiva de Ristovski em relação a Borja.

O que parecia não mudar era a procedência do perigo leonino: Bruno Fernandes, logo aos 5’, puxou a bola para o seu melhor pé e disparou. Charles respondeu e bem, algo que até viria a ser repetido ao longo de todo o encontro.

Antes disso, as culpas dos homens de Alvalade. À exceção de dois lances bem construídos, a primeira parte foi insuficiente. Aos 23’, Rúben Ferreira tirou, a meias com Charles, o golo a Bas Dost, e, a partir daí , um mar de confusão, poucas ideias e uns quantos amarelos até ao apito para o descanso.

Dos balneários, Keizer trouxe reforços: Raphinha e Doumbia no lugar de Borja e Gudelj. A velocidade e o ímpeto dos substitutos prometiam ventos de bonança, só que Charles virou uma espécie de Adamastor intransponível para o leão.

Diaby (47’), Raphinha (76’) e Bruno Fernandes (79’) levaram o brasileiro a fazer defesas de luxo, entre outros tantos remates que falharam a baliza. Do lado maritimista, foi Edgar Costa (63’) a ver Renan roubar-lhe o ouro.

O Sporting ia forçando, chegou a ter seis homens na frente, lançando Luiz Phellype. Mas o relógio levou o discernimento: Coates, perto do fim, empurrou Charles - o guardião perdeu muito tempo... - e viu o segundo cartão amarelo.

Na derradeira confusão até Keizer foi expulso. O trauma fica. O leão volta a tombar na Madeira. 

"Jogo sempre parado"

"Foi a primeira expulsão da minha vida. Houve um conjunto de decisões estranhas e fui mal interpretado. O jogo estava sempre parado e é uma pena", disse Marcel Keizer, treinador do Sporting, que foi expulso no tempo de descontos, tal como o adjunto Nélson.

O técnico lamentou a falta de eficácia da equipa leonina. " Jogámos bem na segunda parte e tivemos muitas oportunidades, mas o futebol é isto."

Keizer não baixa os braços e ainda espera ter alegrias nesta época. "Vamos continuar a lutar. Ainda temos o campeonato e a Taça de Portugal, espero jogar a final", concluiu.

ANÁLISE 

Charles foi um gigante

Na ilha de todas as tormentas para o Sporting, Charles fez o papel de Adamastor. Intransponível. Remates de longe, de perto, cabeceamentos fortíssimos, o guardião brasileiro segurou tudo o que foi à baliza, com ajuda, diga-se, de um inspirado Grolli. Nota positiva nos leões para as mexidas ao intervalo e esse início de segunda parte. Infrutífero, ainda assim.

Caldeirão e caldeiradas

Primeira parte insuficiente do Sporting. Bas Dost terá estado afetado com os falhanços recentes e pareceu sempre evitar o remate à baliza, procurando assistir colegas, mal. Com o empate no Caldeirão, o Sporting soma só quatro vitórias em 11 jogos fora na Liga. Confusão final apenas serviu o Marítimo e ainda trouxe expulsões (até do técnico de guarda-redes, Nelson) no caminho.

Paragens por compensar

É uma questão antiga no futebol português. Charles e outros colegas foram assistidos diversas vezes por supostas lesões, conseguindo provocar longas paragens. Os sete minutos (três na primeira parte e quatro na segunda) de compensação foram escassos, até pela confusão final, sem futebol. De resto, decisões técnicas acertadas e critério disciplinar com pouco a apontar.

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