Godinho expulso de sócio do Sporting
Decisão da assembleia-geral do clube.
Godinho Lopes, ex-presidente do Sporting, foi expulso da condição de sócio do clube. A decisão foi tomada, há poucos minutos, na assembleia-geral leonina.
Luís Duque, atual presidente da Liga de Clubes e antigo dirigente do clube de Alvalade, foi suspenso por um ano. Ambos têm 30 dias para recorrer da decisão.
O Sporting confirmou a expulsão de sócio de Godinho Lopes, ex-presidente do clube, e a suspensão por um ano de Luís Duque, ex-administrador da SAD, na sequência de "graves irregularidades" reveladas numa auditoria às contas.
Na conclusão dos processos disciplinares, levantados a pedido de 76 sócios depois de conhecidas as conclusões da auditoria, o Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting arquivou os processos de Luís Nobre Guedes e Carlos Freitas, uma vez que os ex-dirigentes já tinham deixado de ser sócios a seu pedido antes do procedimento disciplinar.
"Nos termos dos Estatutos do Sporting, os arguidos a quem foram aplicadas estas sanções disciplinares têm o direito de recorrer para a Assembleia Geral, nos 30 dias seguintes ao da sua notificação, recurso que é devolutivo no caso de suspensão de um ano e recurso que é suspensivo no caso da expulsão", lê-se no comunicado do Sporting.
Expulso por "infrações muito graves para a imagem e património"
O ex-presidente Godinho Lopes foi expulso de sócio do Sporting devido a "infrações disciplinares muito graves para a imagem e património" do clube, anunciou em comunicado o Conselho Fiscal e Disciplinar, que também suspendeu Luís Duque por um ano.
Luís Godinho Lopes, que liderou o emblema lisboeta entre 2011 e 2013, deixou de ter qualquer ligação ao Sporting depois de ter quebrado "a relação de confiança que qualquer sócio merece ter por parte do clube, no caso com a agravante de se tratar do seu dirigente máximo".
"Foi aplicada por seis votos e uma abstenção a sanção disciplinar de expulsão, agravando a sanção disciplinar proposta pelo instrutor (que era a de suspensão por um ano), considerando a prática de infrações disciplinares muito graves para a imagem e património do clube", lê-se no comunicado.
A decisão foi tomada a 25 de junho e Godinho Lopes foi notificado no dia seguinte, através de correio de eletrónico.
Em causa está a auditoria efetuada aos dois anos de gestão de Godinho Lopes e em que, de acordo com o relatório final, se verificaram "graves irregularidades", tendo o ex-dirigente sido notificado, a 15 de maio, do processo disciplinar imposto do Conselho Fiscal e Disciplinar.
De acordo com o comunicado, Godinho Lopes respondeu à nota de culpa e apresentou a sua defesa 12 dias depois, a 27 de maio.
O ex-presidente 'leonino' tem o direito a recorrer para a Assembleia Geral no prazo de 30 dias após a sua notificação.
"Se os arguidos não se conformarem com estas decisões disciplinares, têm a possibilidade, nos termos gerais e como sucede em Estado de Direito Democrático, de recorrer aos tribunais, para fazer valer a sua perspetiva a respeito dos processos disciplinares que, no âmbito do clube, assim chegaram ao seu termo", esclareceu o órgão 'leonino'.
Processos de Carlos Freitas e Filipe Nobre Guedes arquivados
Também devido ao mandato de Godinho Lopes, foram abertos processos disciplinares a Luís Duque, ex-administrador da SAD, Carlos Freitas, antigo diretor desportivo, e Filipe Nobre Guedes, que foi administrador responsável pela área financeira.
Duque, que atualmente é presidente da Liga de Clubes, foi suspenso, por unanimidade, por um ano como sócio do Sporting e, tal como Godinho Lopes, tem 30 dias para recorrer para a Assembleia Geral.
Os processos de Carlos Freitas e Filipe Nobre Guedes foram arquivados por terem deixado de ser sócios antes do início dos procedimentos disciplinares, que foram levantados a pedido de um grupo de 76 sócios, depois de divulgadas as conclusões da auditoria à gestão de Godinho Lopes.
A atual direção do Sporting, presidida por Bruno de Carvalho, pediu à consultora Mazars uma auditoria à gestão do Sporting entre 1995 e 2013, durante os mandatos de Pedro Santana Lopes, José Roquette, António Dias da Cunha, Filipe Soares Franco, José Eduardo Bettencourte e Luís Godinho Lopes.
Houve no passado "delapidação do património"
O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting revelou hoje que houve casos de "delapidação do património do clube" em direções anteriores e que tudo será participado ao Ministério Público.
"Há situações altamente preocupantes, altamente escandalosas, que devem ser analisadas e que apontam para delapidação do património do clube. Estou convencido que o Sporting não vai deixar que a culpa morra solteira e se houver motivos os nossos juristas vão fazer seguir para quem de direito, ou seja, para o Ministério Público", afirmou Jaime Marta Soares.
O dirigente 'leonino' falava aos jornalistas após a Assembleia-Geral (AG) do Sporting em que, entre outros assuntos, foram apresentados as conclusões dos relatórios da auditoria à gestão do imobiliário (1995 a 2013) e ao mandato do ex-presidente Filipe Soares Franco (2005 a 2009).
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