Benfica arguido por corrupção no E-Toupeira
Ministério Público considera que a SAD encarnada foi a principal beneficiada com informações prestadas.
A Benfica SAD é arguida no caso E-Toupeira, depois de o Ministério Público ter considerado que o clube foi o principal beneficiado com as informações prestadas pelos funcionários judiciais a Paulo Gonçalves, assessor jurídico dos encarnados.
Numa fase em que o processo se aproxima da acusação pública, a SAD deverá também responder por corrupção, enquanto pessoa coletiva. Paulo Gonçalves, que responde igualmente por crimes de corrupção, acesso ilegítimo e violação do segredo de justiça, terá agido a mando da Benfica SAD.
Segundo o CM apurou, o Ministério Público consolidou os indícios contra o dirigente encarnado. Diz a Justiça que José Silva, o funcionário judicial que está em prisão preventiva, acedeu mais de 80 vezes ao programa CITIUS para acompanhar a tramitação do processo dos ‘vouchers’. O mesmo funcionário, que trabalhava nos tribunais de Guimarães e de Fafe, terá também acedido ao processo referente à denúncia feita pelo Benfica contra incertos por acesso ao sistema informático do clube, bem como ao processo dos encarnados contra o Porto Canal e contra Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto.
Os dados recolhidos ainda pela PJ, que tem o processo a seu cargo, dão conta de que o funcionário recebia como contrapartida bilhetes para os jogos no Estádio da Luz.
Administradores notificados
Os administradores da SAD encarnada Domingos Soares Oliveira e Nuno Gaioso Ribeiro acompanharam a diligência processual de constituição de arguida da SAD, mas não prestaram declarações às autoridades. Para o Benfica, a decisão judicial é "ilegal e inconstitucional" e o clube garantiu em comunicado que se trata de "mais um passo na senda persecutória movida contra os encarnados por parte de alguns responsáveis pelas investigações". A acusação está já a ser elaborada e deverá ser conhecida dentro de dias.
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