FIFA já trabalha na segurança com os países envolvidos no Mundial de 2030

Foco passa só pelos mundiais masculinos e são preparados sempre a quatro anos do evento.

14 de outubro de 2025 às 14:34
Paulo Rangel, Gianni Infantino, Pedro Sánchez e Aziz Akhannouch discutem o Mundial2030 Foto: Instagram/Gianni Infantino
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O diretor de operações de segurança da FIFA, Andrey Reis, adiantou esta terça-feira à agência Lusa que o Mundial de futebol de 2030 "já está a ser trabalhado" com as nações dos diferentes continentes, incluindo Portugal.

Atualmente, o foco do seu trabalho, assumiu, passa "só pelos mundiais masculinos" e são preparados "sempre a quatro anos" do evento, mas, no caso do Mundial de 2030, já começou os preparativos.

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"Já estamos a conversar com a APCVD, com pessoas em Marrocos, Espanha, tenho contacto com a CONMEBOL [Confederação Sul-Americana de Futebol], de pessoas que trabalham connosco na área da segurança para começar algumas discussões estratégicas", adiantou Andrey Reis.

O diretor de operações de segurança da FIFA falava à agência Lusa no decorrer da terceira edição do S4Congresso (Sfety, Security, Service, Sports events), este ano, sob o lema "Rumo a eventos desportivos mais seguros e acolhedores", organizado pela Autoridade de Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), em Viseu.

Andrey Reis foi interveniente no painel sobre "Mundial de clubes da FIFA -- Desafios e Lições", em que também participaram o diretor de segurança, proteção e acesso da FIFA, Helmut Spahn e os diretores de segurança do FC Porto, Carlos Carvalho, e do Benfica, Nuno Constâncio.

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Este responsável disse que uma das formas de Portugal se preparar para o Mundial2030 "é com eventos como este" organizado pela APCVD e realçou que o país "já está bem avançado em alguns requisitos", até pela experiência do Euro2004, o que faz com que o planeamento da segurança "já esteja muito à frente" em Portugal.

Para já, o contacto com os restantes países envolvidos no Mundial2030 "existe ainda muito nível estratégico", entre a FIFA e as federações de cada país, e "toda a definição da estrutura do torneio ainda será validada entre todos".

No decorrer da sua intervenção, Andrey Reis assumiu que a FIFA tem os seus requisitos próprios e depois cada país cumpre com essas condições "da maneira que entender, tendo em conta as suas leis e organização", tendo é de "cumprir com o exigido".

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A título de exemplo deu a escolta necessária às seleções, sendo que se a mesma é feita "de mota, de carro ou de outra maneira cada país ou estado decide", pois "a FIFA não interfere na segurança interna" de cada um.

Uma das referências em debate no painel foi a mais recente competição nos Estados Unidos, o Mundial de Clubes de 2025, que se realizou em vários estados com diferentes leis e contou com a participação de Benfica e FC Porto.

O diretor de segurança do FC Porto, Carlos Carvalho, defendeu que "um planeamento nunca pode ser descurado" e deve "passar muito pelo serviço" que foi diferente, de estado para estado, nos Estados Unidos, como, por exemplo, a forma como os adeptos e jornalistas foram recebidos e essa "é a questão que traz mais obstáculos".

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"Por trás de quem somos estão pessoas com visões, muitas vezes, díspares relativamente a uma série de situações e acho que esta uniformização, neste tipo de eventos, permite sensibilizar e passar a informação e perceber que todos temos de caminhar no mesmo sentido", defendeu Carlos Carvalho.

O diretor do Benfica, Nuno Constâncio, admitiu que não foi sentida "uma grande diferença de estado para estado, não houve grande impacto", já um dos "principais desafios" foi o "tempo de preparação" para esse mundial.

"Foi tudo muito condensado [...] para tratar de toda a logística e preparação para participar num campeonato de clubes que era uma novidade para toda a gente", realçou Nuno Constâncio.

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Neste sentido destacou um encontro "muito importante" que se realizou em março, em Miami, com todos os clubes, para partilhar informação "essencial" para o evento.

O Mundial de 2030 realiza-se em Portugal, Espanha e Marrocos, mas também na América do Sul, nomeadamente Argentina, Paraguai e Uruguai, que irão acolher três partidas da fase final.

Portugal, que recebeu o Euro2004, vai organizar pela primeira vez o Campeonato do Mundo, tal como Marrocos, que repete este ano o estatuto de anfitrião da Taça das Nações Africanas (CAN), estreado em 1988, enquanto a Espanha já albergou o Europeu de 1964 e o Mundial de 1982.

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Os três estádios portugueses que vão acolher jogos do Mundial2030 serão o Estádio da Luz e o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e o Estádio do Dragão, no Porto.

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