Figo na corrida à presidência da FIFA
Antigo jogador revelou intenção à 'CNN'.
O antigo futebolista internacional português Luís Figo anunciou esta quarta-feira a sua candidatura à presidência da FIFA, justificando a decisão na vontade de mudar o que entende ser a má imagem do organismo.
"Preocupo-me com o futebol e não gosto do que vejo em relação à imagem da FIFA, não apenas agora, mas nos últimos anos", começou por dizer Figo, de 42 anos, numa entrevista à cadeia televisiva CNN, em que revelou a entrada na corrida às eleições de 29 de maio.
Luís Figo revelou ter tomado a decisão de concorrer à presidência do organismo quando se soube da investigação à atribuição dos Mundiais de futebol à Rússia (2018) e ao Qatar (2022) e ao que aconteceu posteriormente.
"Depois desse momento e do relatório [de Michael Garcia, da Comissão de Ética do organismo] que não foi publicado, foi o momento em que decidi que algo tinha que ser feito", justificou o antigo jogador, aludindo às fortes suspeitas de corrupção no processo.
Figo não compreende porque não foram divulgadas as conclusõees na sua totalidade: "Se és transparente e pedes uma invesitgação, um relatório, do qual não há nada a esconder, por que não se torna público esse relatório? Se não tens nada a escoder, tens de o publicar", sublinhou.
Na sua opinião, publicar o relatório "era a coisa mais fácil de fazer se toda a gente duvida do que aconteceu".
Declaração no site da Federação
"Devo o futebol o que sou e sinto que chegou a hora de retribuir tudo o que recebi, ao longo de tantos e tantos anos. Decidi candidatar-me a presidente da FIFA, foi uma decisão ponderada, assente na vontade de mudança, numa visão reformadora e na necessidade de dar mais transparência a uma instituição que vai perdendo credibilidade e a sua capacidade mobilizadora", afirmou Figo numa declaração em vídeo publicada no sítio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) na Internet.
"Quero agradecer à FPF, na pessoa de Fernando Gomes, o facto de me apoiar e ser a federação proponente desta candidatura. Somos um país que deu a conhecer novos mundos ao mundo, somos um país de futebol, somos um país com cinco bolas de ouro, devemos ser também, por isso, um país e uma federação ativa e empenhada na mudança, podem contar comigo", prosseguiu.
"Algo terá de mudar"
O mais internacional dos futebolistas portugueses (127 jogos) lembrou ainda a reação dos adeptos no Mundial2014 do Brasil, onde esteve, com a imagem do organismo a ser abalada e disse que "algo terá que mudar: na liderança, na governabilidade, na transparência".
Figo, que se formou no Sporting e terminou a carreira no Inter Milão, depois de passar por FC Barcelona e Real Madrid, indicou que preenche os critérios de elegibilidade da FIFA, contando com o apoio de pelo menos cinco federações e com o facto de se ter mantido ligado ao futebol nos últimos anos.
"Nos últimos anos desempenhei várias funções no Inter Milão, com a seleção portuguesa e na UEFA", sublinhou.
O antigo jogador, que já foi Bola de Ouro (1999) e melhor jogador do Mundo da FIFA (2000) - antes de os prémios serem unificados -, revelou também que a prioridade é "saber o que as federações precisam" e "aumentar a solidariedade e os pagamentos às federações".
A possibilidade de enfrentar Joseph Blatter não assusta o ex-jogador, com Figo a salientar que "ninguém é invencível" e que "é um desafio fantástico" convencer as pessoas para que o sigam e que o apoiem.
Luís Figo é o sexto a manifestar interesse, depois de Joseph Blatter, atual presidente, Michel van Praag, presidente da federação holandesa, David Ginola, ex-jogador frandês, Jerome Champagne, candidato independente francês, e o príncipe Ali bin Al Hussein da Jordânia, vice-presidente da FIFA.
As eleições para a presidêcia da FIFA, cujo prazo de candidatura termina a 29 de janeiro, decorrem a 29 de maio, no segundo de dois dias do congresso da FIFA, em Zurique, na Suíça.
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