Negócio polémico na venda da SAD do Marítimo
Holdind ligada a organização criminosa pode ficar com 40% da sociedade que gere o futebol.
A empresa brasileira que quer comprar a SAD do Marítimo é controlada por uma holding que o Ministério Público associa ao Primeiro Comando da Capital (PCC), o maior sindicato do crime da América do Sul, e que tem cerca de 80 elementos activos em Portugal.
A 17 de Julho os sócios do Marítimo aprovaram por maioria a venda de 40% do capital social da “Marítimo da Madeira SAD” à Revee por 15 milhões de euros, uma empresa brasileira ligada à gestão de arenas desportivas e áreas comerciais, e à realização de eventos, sobretudo no estado de São Paulo. Acontece que a principal accionista desta empresa é o grupo REAG, uma holding gestora de activos financeiros, empresas e fundos de investimento, que foi alvo de buscas na Operação Carbono Oculto, realizada em agosto em São Paulo, e que envolveu 1400 elementos entre magistrados e polícias, por suspeitas de ligação ao PCC.
Este grupo é um dos principais fornecedores de cocaína para a Europa e Estados Unidos, e o esquema de lavagem passava por depositar o dinheiro ilicitamente obtido em 1500 postos de combustível, em diversos estados. O negócio entre o Marítimo e a Revee está em fase de due diligence, e deve ser assinado até ao final de Novembro. Contactados pelo CM, quer o Marítimo, quer a Revee optaram por não se pronunciar sobre o negócio.
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