Pressão do título aquece guerra entre Benfica e FC Porto
Tetra, algo que o clube nunca conseguiu, é assunto de estado na Luz.
Um clima de tensão crescente marca a atualidade do futebol português, com guerras de bastidores, jogadas ‘subterrâneas’, desinformação e contrainformação, entre outros expedientes destinados a marcar terreno entre as partes. Benfica e FC Porto lutam em várias frentes com um denominador comum: ganhar vantagem na corrida ao título.
A acesa disputa a que se assiste na Liga está a provocar uma radicalização das posições de águias e dragões, fora das quatro linhas.
Nesta época há muito em jogo e o aproximar do jogo (fundamental) entre os dois rivais, separados por um ponto na tabela classificativa, extrema posições. Episódios como a interpelação do árbitro do jogo FC Porto-V. Setúbal, no intervalo da partida de sábado no dragão, feita por Pinto da Costa (presidente) e Luís Gonçalves (diretor de futebol) ou o comunicado do Benfica a boicotar a Gala Quinas de Ouro, organizada pela Federação Portuguesa de Futebol, são apenas mais dois capítulos de uma ‘guerra’ que promete ficar ainda mais dura nas próximas semanas.
Em causa estão interesses desportivos mas também económicos e financeiros. Por partes.
No Benfica, ganhar o campeonato e garantir o ‘tetra’ tornou-se um ‘assunto de estado’. Luís Filipe Vieira tem uma oportunidade quase única de fazer história, algo nunca visto no clube: ganhar quatro títulos de campeão nacional seguidos. Algo que os dois rivais, FC Porto e Sporting, já conseguiram. Os dragões, de resto, já conseguiram mesmo um ‘penta’.
O CM sabe que o objetivo é de tal forma prioritário que Vieira até cedeu na questão estratégica da amortização do passivo, bandeira do seu mandato. A ideia inicial era vender mais (jogadores) em janeiro, mas o presidente optou por não beliscar a competitividade da equipa numa fase crucial.
No FC Porto, Pinto da Costa luta desesperadamente por evitar um quarto ano sem títulos, o que, a acontecer, ensombra o seu passado no clube. Além de permitir a retoma da hegemonia do rival, Pinto da Costa tem de equilibrar contas para evitar o colapso financeiro. Isso só se consegue com presenças nas Champions e valorização de ativos para garantir a entrada de milhões, em vendas.
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