Varandas pede multas milionárias para críticas aos árbitros

Frederico Varandas defende a aplicação de multas milionárias aos presidentes dos clubes no sentido de travar a crescente onda de críticas às arbitragens dos jogos de futebol. “A situação está irrespirável, sobretudo para os árbitros. Chegámos ao ponto ridículo de este ano dois árbitros terem sido nomeados e há comunicados a criticar escolhas dos árbitros. Só há uma maneira [de mudar] e sei que não vai ser fácil passar isto em Assembleia Geral de Clubes. Já liguei ao presidente da Liga. O regulamento tem de ser alterado e tem de ser assim: o presidente do Sporting fala de arbitragem, leva multa de] 100 mil euros. O presidente do FC Porto fala sobre arbitragem, 100 mil euros. O Benfica faz um 'tweet', 100. Ou 200 mil. É a única maneira de respirarmos”, disse o presidente do Sporting em Guimarães, após o jogo que terminou com a vitória da sua equipa, nesta semana.

A posição de Varandas acaba por ser muito semelhante à proposta da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), que no mês passado defendeu a alteração do regulamento disciplinar da Liga e a criação de novos castigos que pode ir até aos 100 mil euros a a dirigentes que profiram “declarações ou emitam juízos pondo em causa a imparcialidade, a competência ou criando qualquer tipo de suspeição sobre árbitros”.

Numa longa declaração, Frederico Varandas deixou críticas aos rivais Benfica e FC Porto, que disse terem sido numas últimas décadas “Os donos das arbitragem”. “Isto atingiu um ponto insustentável. Insustentável? Para paraquedistas que chegaram agora? Insustentável foram 40 anos de fruta, 40 anos de reuniões de presidentes Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa a discutir quem eram o presidente da Liga e da Federação, a discutirem qual o árbitro para este jogo, 40 anos de missas, de padres, de agentes de futebol a comprarem jogadores para perderem jogos”.

O dirigente leonino admitiu ainda erros que favoreceram o Sporting, nomeadamente o lance do penálti sobre Hjulmand no jogo da Taça de Portugal com o Santa Clara.