Treinador, que chegou a ter a casa vandalizada, é o favorito à sucessão de Roger Schmidt.
Bruno Lage, o favorito à sucessão do alemão Roger Schmidt no Benfica, foi campeão no clube em 2019, mas saiu pela 'porta pequena' no ano seguinte.
Assumiu as rédeas da equipa na temporada 2018/2019, saltando da equipa B das águias para substituir Rui Vitória. Somou 18 vitórias e um empate em 19 jogos na Liga, recuperou de uma desvantagem de sete pontos em relação ao FC Porto e sagrou-se campeão nacional
A temporada seguinte arrancou com a conquista da Supertaça, com uma goleada (5-0) frente ao Sporting. Na Liga, terminou a primeira volta com apenas três pontos perdidos e uma vantagem de sete pontos para o FC Porto.
A eclosão da pandemia de Covid-19, em março de 2020, esvaziou os estádios de futebol. O Benfica entrou numa espiral negativa de apenas duas vitórias em 13 encontros.
"Quando o campeonato recomeçou, após a interrupção causada pela pandemia, jogámos em casa, no Estádio da Luz. Tivemos um bom desempenho, mas perdemos várias oportunidades e sentimos a ausência dos adeptos. Jogar num estádio sem adeptos foi uma experiência nova e sinto que com eles poderíamos ter vencido aquele jogo", relatou Bruno Lage em 2023 ao portal Transfermarkt
"Apesar do empate, estávamos com os mesmos pontos que o primeiro classificado. Nessa noite, o nosso autocarro foi atacado e o Weigl e o Zivkovic magoaram-se. Gerou-se um clima de grande instabilidade em torno da equipa", lamentou o técnico, lembrando o apedrejamento do autocarro do Benfica, no Seixal, que feriu dois futebolistas do plantel.
Além do autocarro, também as casas de Pizzi, Rafa, Grimaldo e do próprio Lage foram vandalizadas.
Entretanto, pairava sobre o clube o fantasma de Jorge Jesus. O treinador mais titulado da história do Benfica conquistou o campeonato brasileiro e a Taça dos Libertadores ao serviço do Flamengo e o seu nome era constantemente associado a um regresso às águias
Depois de uma derrota em casa com o Santa Clara, o desconforto de Lage tomou forma e o treinador mostrou mesmo o seu desagrado com uma crítica aos jornalistas que revelava alguma ansiedade com os rumores que ligavam Jorge Jesus aos 'encarnados'.
"Desde a 3.ª jornada com o FC Porto que vocês [jornalistas] estão muito preocupados com o meu lugar. Houve sempre uma preocupação com o meu lugar. Chegaram a perguntar qual era o meu ordenado. Às vezes fico a pensar quem é que vocês andam a tentar promover para entrar no meu lugar ou até quem é que anda a pagar alguns almoços, alguns jantares ou algumas viagens para entrar aqui no meu lugar. O lugar não é meu, é do Benfica", desabafou no primeiro de dois desaires seguidos.
O segundo, com o Marítimo, foi a gota de água para Bruno Lage. O setubalense colocou o lugar à disposição da direção do clube.
"A família benfiquista está frustrada. Tudo fizemos e demos para sermos felizes este ano. Não fomos. Devo dizer que o único culpado sou eu, o presidente do Benfica", afirmou o então líder do clube, Luís Filipe Vieira.
Apesar de ter sido Lage a colocar o lugar à disposição, o técnico disse mais tarde que a saída foi uma decisão de Vieira. "Com cinco jogos da liga ainda por disputar, assim como a final da Taça de Portugal, poderíamos ter terminado a época. E então, com tempo e calma, tomaríamos a melhor decisão para todos, particularmente para o Benfica. Não se trata de ser justo ou não. Foi uma decisão do presidente que devemos respeitar", explicou.
Lage viajou do céu ao inferno em poucos meses. "Fui treinador do ano, treinador dos meses de janeiro, fevereiro, março e abril, mas depois de perder um par de jogos, fui despedido", contou ao Record em 2023.
Na temporada seguinte, confirmou-se o regresso de Jorge Jesus ao Benfica, que não arrecadou qualquer troféu para o palmarés dos encarnados na segunda passagem pela Luz.
Esta época, uma vez mais, Lage poderá ser chamado a resgatar o Benfica de um mau começo - duas vitórias em quatro partidas oficiais -, desta feita mais cedo do que em 2018/2019. O seu nome divide a estrutura do clube, mas os ex-futebolistas dos encarnados Rafa Silva e Alejandro Grimaldo vieram a público dizer que era a melhor escolha
E quanto à saída de Lage do Benfica em 2020, garantiram que a vontade do plantel era que o treinador tivesse permanecido no clube, assim desmentindo os rumores de que os atletas estavam contra o técnico.
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