O Benfica venceu o Arouca por 3-1, em jogo da 24.ª jornada da I Liga.
Jorge Jesus (treinador do Benfica): "Não me surpreendeu porque sabemos o que é o futebol. As melhores equipas nem sempre ganham. Há equipas que podem não ter um valor individual e coletivo, mas se tiverem bem no jogo podem equilibrar essas forças, mas isto não é como começa, é como acaba. Com alguma entreajuda do campo, relva muito alta e difícil de jogar, houve mais tempo para que as marcações serem mais diretas, para além do campo ter menos quatro metros de largura e isso tirou espaço à equipa. Na segunda parte, mudámos algumas coisas e em poucos minutos mudámos o resultado. Fizemos dois golos, fizemos três, se o árbitro nos deixasse podíamos fazer pelo menos quatro ou cinco, pois tivemos duas grandes penalidades por marcar. O que queríamos era vencer. Por muito valor que tenham, nenhuma equipa vai conseguir sempre jogar bem. O nosso jogar bem é o limite para vencer, foi o que o Benfica fez hoje. Quando não se puder jogar muito bem, ter poder. Isso é que o Benfica tem e hoje demonstrou aqui. Faltam 10 jogos, o Benfica tem quatro pontos de avanço para o segundo, o rival Porto, o Benfica tem de fazer aquilo que tem feito até aqui, não tem de mudar nada. Pressão para ganhar e pressão para jogar bem tem desde a primeira jornada. A nossa pressão é igual à de quando começou o campeonato, depois vamos fazer contas. Não sei o que vai acontecer ao Porto nem o que vai acontecer ao Benfica. Antes de jogar o Artur estava a jogar o Júlio César, não vos vou explicar a opção pelo Júlio César. A entrada do Talisca teve influência na equipa mas o problema é saber porquê. Tínhamos cinco jogadores em risco, tirei dois de campo por causa disso, o Nico não. Só podia fazer três opções se não também tinha tirado um dos laterais. A variante emocional não é variante do jogo direto, mas tem influência daquilo que os jogadores podem fazer, mas isso também se treina. Os jogadores do Benfica estão preparados e alguns jogam sempre com os picos no limite da pressão. Há uns que não conseguem, há outros que se não tiverem essa pressão morrem. Eu sou um deles, não sei ser treinador sem pressão. A equipa tem de saber jogar com isso. O Benfica tem que marcar primeiro? Porque é que os adversários não podem marcar primeiro? O Benfica é o adversário mais forte, tem de ganhar, e foi isso que fez. Até este jogo quem era a equipa com menos golos batidos da I Liga? Está respondido."
Pedro Emanuel (treinador do Arouca): "A primeira parte deu esperança, porque acreditávamos que as nossas probabilidades, apesar de poucas, eram exequíveis. Fizemos o que tínhamos a fazer, mas o jogo resume-se, muitas vezes, em pormenores que fazem a diferença e se transformam em 'pormaiores'. Procurámos o jogo perfeito e estávamos a caminho disso, e esse caminho era fazer a história que procuramos fazer para o clube. A primeira parte foi de grande nível. Não foi o Benfica que não conseguiu, foi o Arouca que não permitiu que o Benfica também conseguisse criar o volume de jogo que normalmente faz. Chegámos à vantagem cedo e isso permitiu-nos ter algum conforto e criar alguma instabilidade no adversário. Isso foi plenamente conseguido e a primeira parte foi claramente superior o Arouca. Entrámos bem na segunda parte. Sabíamos que o Benfica iria, naturalmente mexer e mudar um pouco a sua estratégia para procurar estar mais próximo da nossa baliza, mas o jogo define-se num lance furtuito. Na minha opinião o primeiro golo dá alento ao Benfica, quando o nervosismo começava a chegar e tira-nos capacidade de alimentar o nosso sonho de fazer história. O segundo golo vem logo de seguida, e é uma pancada extremamente forte, concluída com a expulsão. Em 10 minutos cai por terra tudo aquilo que era a nossa estratégia. O que poderia ser a nossa capacidade de reação, com a expulsão ficámos condicionados para o jogo. A partir daí o jogo fica sem história. O Benfica sai daqui moralizado por ter ganho, mas todos têm de reconhecer a qualidade do desempenho do Arouca em função daquilo que é a capacidade dos seus jogadores e o compromisso que eles tiveram com uma causa. Tenho muito orgulho pelo seu desempenho, independentemente do resultado final. O resultado é justo porque o Benfica fez três golos e nós um. Poderia ter sido diferente, mas ficou decidido num lance de futebol. O nosso guarda-redes quer bater a bola, bate nas costas do avançado do Benfica, ressalta para um jogador do Benfica e faz o empate num momento em que começava a chegar o nervosismo, como é lógico e natural, pela pressão que tem de ser campeão. O árbitro jogou aquilo que tinha de jogar. Não discuto a expulsão do nosso jogador, apesar de aqui e ali, algumas faltas para nós, na primeira intervenção era amarelo e nós também temos jogadores em risco de exclusão, e nós também temos um desafio difícil na próxima semana. Não discuto sequer a amostragem de amarelos e a expulsão, não foi por aí que o Benfica não fez o jogo que queria. Foi pela capacidade e humildade dos jogadores do Arouca em abordar aquilo que era um desafio difícil. Esta equipa tem uma capacidade de luta tremenda. Naturalmente que o Arouca foi menos atrevido na segunda parte, pois se aos 15 minutos da segunda parte estávamos com menos um e a perder 2-1, se arriscássemos contra uma equipa como o Benfica isso era, de facto, entregar o ouro ao bandido. Tentámos equilibrar e manter-nos no jogo e procurar em alguns momentos, de bola parada, chegar algum 'frissom' à baliza do Benfica, não o conseguimos com a mesma eficácia da primeira parte, mas isso não retira o mérito aos jogadores.
O Benfica, onde se desloca, tem sempre grande apoio, em qualquer parte do país. Benfica e Porto são dois adversários que lutam por objetivos completamente distintos dos nossos. Temos a nossa ambição e por isso entramos em cada jogo para disputar os pontos. Como é lógico são duas lutas desiguais. Temos de enfrentar os nossos adversários. Logicamente que contamos com cada jogo para conquistar pontos. Na próxima semana, no próximo domingo, no estádio do Dragão vai ser o mesmo: disputar o jogo para fazer pontos. Aqui tentamos fazê-lo e fizemos de forma bastante estóica. Os jogadores mereciam mais mas isso não nos vai abalar. A luta para a manutenção vai ser difícil. O ponto está caro, ainda para mais no último terço do campeonato. Estamos cá para a luta".
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