"Quando isto começou fui chamado ao BCP. ‘Então, Luís? O que se passa? Há corrupção no Benfica?’ Quem fez isto foi para manchar o Benfica", revela.
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Julgamento da divulgação do conteúdo de emails de várias figuras do universo benfiquista durante um programa no Porto Canal acontece esta terça-feira, com várias testemunhas a serem ouvidas. O antigo presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, foi ouvido esta terça-feira no Campus da Justiça, em Lisboa. À chegada ao Tribunal, questionado sobre se este caso tinha manchado a imagem do Benfica, Luís Filipe Vieira respondeu: "Logicamente que sim". Luís Filipe Vieira apresentou um requerimento para não responder sobre emails e invocou o privilégio da autoincriminação. Juiz deferiu parcialmente, dizendo que será analisado caso a caso. Assim sendo, Luís Filipe Vieira não está a responder a algumas questões relacionadas com conteúdos de emails devido ao processo cartão vermelho, no qual é arguido e está a ser investigado.
Sobre a questão da tomada de conhecimento da divulgação dos emails, o antigo presidente do Benfica responde que só soube " No dia seguinte. Não via o Porto canal. A partir dali foi um festival. Todo o passado do Benfica era idóneo. Não havia ninguém na Europa que não elogiasse o Benfica".
"Quando isto começou dos emails, eu fui chamado ao BCP. ‘Então, Luís? O que se passa? Há corrupção no Benfica?’ Quem fez isto foi para manchar o Benfica", revela.
"Quem via os meus emails era o meu secretário", revela. Procedimento que manteve depois de 2017. E continua: "Qualquer pessoa entende que quem entra no meu computador tem acesso a contas bancárias, situações familiares, negócios pendentes, questões de saúde. Naquela altura até tive um princípio de depressão".
"O Benfica sofreu penalizações. Eu era o rosto do Benfica. A minha mulher era confrontada no cabeleireiro, na padaria. Nós não conseguimos trabalhar", afirma o ex-presidente e revela que até houve figuras públicas que deixaram de comparecer nos jogos de futebol: "O Presidente da câmara de Lisboa. Aquilo foi flagrante. Deixou de ir ao estádio".
Sobre prejuízos para as águias, Luís Filipe Vieira revela que se perdeu um negócio de 79 milhões de dólares com um grupo de chineses.
"Não podemos andar com hipocrisias, o FC Porto teve uma estratégia de manchar o nome do Benfica", diz.
Questionado pelos advogados de Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães sobre se considera que o Benfica construiu uma rede de poder, Luís Filipe Vieira atirou: "Os incompetentes é que se refugiam nessa ideia. Nunca o FC Porto teve a organização do Benfica nem nunca vai ter. Sei disso com conhecimento".
Manuel Tavares, diretor do Porto Canal
Já Manuel Tavares, diretor do Porto Canal, defendeu em tribunal que havia "interesse público" na divulgação dos emails e que Francisco J Marques, apesar de já não ser jornalista, tratou o caso como tal. "Jornalista uma vez, jornalista sempre", afirmou a testemunha, na terceira sessão do julgamento.
A procuradora do Ministério Público alegou a incompatibilidade existente entre o cargo de diretor de comunicação de um clube e a profissão de jornalista, lembrando que, sem carteira, Francisco J. Marques não é jornalista.
Questionado pela magistrada, Tavares afirmou que programa do Porto Canal, onde foram divulgados os emails, era de informação e debate. E comparou mesmo J. Marques ao comentador Luís Marques Marques: "Ele também presta informações".Ricardo Maia, responsável comunicação corporativa BenficaRicardo Maia afirma que foi divulgado um email que o visava: "Um email meu enviado ao Luís Bernardo, a propósito de uma reportagem sobre a fundação do Benfica, em que eu perguntava: ‘podemos mandar a Bola?’. Sugeriu-se que o Benfica controlava e mandava na comunicação social"."A Reputação do Benfica foi fortemente lesada e afetada. Este caso afetou a imagem do Benfica perante os adeptos e patrocinadores. Passou a ideia de que éramos um bando de malfeitores, um polvo vermelho… não é fácil ter a nossa vida empresarial e pessoal completamente exposta. Até foram divulgados contactos de telemóvel", acrescenta. Quando questionado se, relativamente à detenção de Luís Filipe Vieira, no âmbito do processo Cartão Vermelho, os patrocinadores tinham deixado o Benfica, Ricardo responde: "Sim. Não os principais. Pequenos."
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