Elemento que fazia a ligação do clube às claques revelou em tribunal organograma dos verdes-e-brancos.
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Bruno Jacinto, ex-funcionário do Sporting que tinha a missão de fazer a ligação do clube às claques de futebol, negou qualquer envolvimento no ataque a Alcochete durante o seu primeiro interrogatório judicial, a que o CM teve acesso. Leia as declarações proferidas na íntegra:Bruno Jacinto: Eles nunca me disseram e eu nunca soube, da maneira como eles estavam a planear ou deixavam de planear. Uma coisa que eles me tinham dito, o Tiago Silva [Bocas], "ir à Academia"… ok mas falar, para falar num tom mais exaltado com os jogadores. Era uma situação que já aconteceu noutras vezes. Agora agredir nunca me disseram, nem a forma como estavam a planear, nem isso eu sabia.
Juiz: Quando você diz, infelizmente ou felizmente, "estes jogadores eram bem malhados." Isso o senhor justifica como uma expressão. Não queria dizer para ninguém lhes bater…
Bruno Jacinto: Sim.
Juiz: "Esses eram bem malhados". Toda a gente sabe o que isso quer dizer. Bem ou mal, infelizmente ou felizmente… "bem malhados", malhar é bater. Pronto. Felizmente ou infelizmente foi isso que você disse. Não há dúvida.
Bruno Jacinto: Não era… se eu disse não era nesse sentido.
Juiz: Não estamos a falar em intenções, estamos a falar ipsis verbis aquilo que o senhor disse e aquilo que o senhor escreveu.
Bruno Jacinto: Se formos estritamente pela palavra…
Juiz: Quer dizer vamos malhar neles.
Bruno Jacinto: Às vezes a expressão "malhar", nem sempre quer dizer bater, pelo menos no meu ponto de vista.
Procuradora MP: Queria perguntar aqui ao arguido…
Juiz: Faça favor directamente senhora doutora.
Procuradora MP: O senhor diz que não se apercebeu de nada e teve o cuidado de referir agora que na verdade o encontro com o Bocas, Tiago Silva, que o senhor efectivamente esteve com ele presencialmente mas que o senhor Fernando Barata, mais conhecido por Fernando Mendes, estava afastado. Mas por que é que o senhor telefonou para o Bocas, o Tiago Silva, e disse-lhe "já cá estou"?
Bruno Jacinto: E eu..
Procuradora MP: Mas por que é que telefonou? Se já na véspera…
Bruno Jacinto: Porque ele…
Procuradora MP: Qual era o assunto?
Bruno Jacinto: Taça de Portugal.
Procuradora MP: Desculpe lá, o Bocas é quem? Ele é o quê neste País e neste mundo?
Bruno Jacinto: Na altura dos acontecimentos…
Procuradora MP: Sim.
Bruno Jacinto: Era…
Procuradora MP: Esse senhor Tiago Silva é quê? Adepto de quê?
Bruno Jacinto: Era o responsável da Juve Leo pela gestão dos bilhetes.
Procuradora MP: Era desculpe?
Bruno Jacinto: Era o responsável da Juve Leo pela questão dos bilhetes.
Procuradora MP: Dos bilhetes.
Bruno Jacinto: Exatamente.
Procuradora MP: Pelo dinheiro que o senhor tinha em casa. Sim.
Bruno Jacinto: Era eu que falava com ele para saber o número de bilhetes que precisava.
Procuradora MP: Mas por que é que o senhor que falava com ele e não com o líder da claque?
Bruno Jacinto: Porque era o Tiago Silva o responsável no momento por essa gestão.
Procuradora MP: Mas por que é que era o Tiago Silva? Mas quem é que decidiu isso na claque da Juve Leo?
Bruno Jacinto: O líder.
Procuradora MP: Qual líder? Diga lá o nome do traficante! Por amor de Deus! De uma vez por todas! Diga o nome!
Bruno Jacinto: O Mustafá é que decide quem é que faz o quê.
Procuradora MP: Ahhh. Portanto o senhor achou que se na véspera o dito… O senhor tem este raciocínio: na véspera, véspera, alguém diz… "o senhor Tiago Silva é o responsável pelos bilhetes", ou seja, o dinheiro com o qual os senhores ficam. E o senhor também tinha os bilhetes em casa e ficou com o dinheiro. E já tinha os bilhetinhos do novo jogo, do Arsenal, fica a saber…
Bruno Jacinto: Sim.
Procuradora MP: Ah tinha?! Pois então tem de o devolver porque sabe perfeitamente que já não é funcionário do Sporting.
Bruno Jacinto: Sim.
Procuradora MP: Volto a repetir-lhe: foi chamado ao departamento dos recursos humanos para rescindir o contrato. Não sei porque é que está aqui a dizer que não foi. Não consigo perceber.
Bruno Jacinto: ‘Tá’ bem mas… acho eu…
Procuradora MP: ‘Tá’ bem não! Está a falar para um juiz e está a dizer que é funcionário quando sabe que foi chamado…
Bruno Jacinto: Fui chamado… Ainda não assinei…
Procuradora MP: Pois, está bem, eu não estou a dizer que assinou. Eu já lhe expliquei.
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