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Marta Soares considera "ilegal" substituição dos membros da Mesa da Assembleia Geral

Presidente diz que substituição dos membros por parte do Conselho Diretivo do clube "não tem cobertura estatutária".

01 de junho de 2018 às 10:39

O presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do Sporting, Jaime Marta Soares, considerou esta sexta-feira que a substituição dos membros por parte do Conselho Diretivo do clube "não tem cobertura estatutária" e por isso "é ilegal". A MAG emitiu na tarde desta sexta-feira um comunicado em que tece várias acusações à direcção presidida por Bruno de Carvalho (ver abaixo)

"Não tem sustentação legal. Não está contemplado em nenhuma parte do estatuto, não é agora o Conselho Diretivo que por si faz leis ou estatutos, tem que seguir regras. Não tem qualquer sustentabilidade estatutária e é ilegal", disse Marta Soares, em declarações à agência Lusa.

O Conselho Diretivo (CD) do Sporting, reunido na quinta-feira, revelou, em comunicado, que decidiu substituir a Mesa da Assembleia Geral (MAG) e respetivo presidente através da criação de uma comissão transitória da MAG.

Segundo aquele CD, a reunião de quinta-feira deveu-se "à renúncia em bloco da MAG e da renúncia da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, e por não terem sido iniciados pelos mesmos os procedimentos legais e estatutários a que estão vinculados e que permitiriam o normal funcionamento do clube e a consequente defesa dos superiores interesses" do clube.

Deste modo, decidiu aquele CD substituir os demissionários Mesa da Assembleia Geral e respetivo presidente, através da criação de uma comissão transitória da MAG, que será composta por Elsa Tiago Judas, advogada, Trindade Barros, advogado, e Yassin Nadir Nobre, empresário.

Para Jaime Marta Soares, a decisão do CD "é uma demonstração inequívoca de que há um assalto ao poder, do tipo golpe de estado" e que tal "não tem qualquer razão de ser".

COMUNICADO DA MESA DA ASSEMBLEIA GERAL DO SPORTING

1 - O comunicado do Conselho Directivo do dia de hoje [sexta-feira, 1 de junho]  assume um verdadeiro golpe de Estado. As deliberações alegadamente adoptadas pelo Conselho Directivo não têm qualquer previsão estatutária. Com elas o Conselho Directivo procura substituir, sem qualquer base legal ou estatutária, os Órgãos Sociais responsáveis por representar os Sócios e fiscalizar a actuação do Conselho Directivo. Este Conselho procura também impedir os Sócios de exprimirem livremente a sua vontade através dos meios e formas estatutariamente previstos. Trata-se de uma violação grosseira das disposições estatutárias e dos princípios democráticos e de separação de poderes em que assentam esses Estatutos e que fazem parte integrante da identidade do Sporting Clube de Portugal. 

2 - A Mesa da Assembleia Geral tem, até agora, procurado agir no quadro interno institucional do clube. Deveriam ser os próprios Sócios do Sporting, e apenas eles, a pronunciar-se sobre a actuação do Conselho Directivo e a decidir o futuro do Clube. Para garantir este fim, temos procurado que tudo se processe dentro da maior correção e respeito institucional entre todos os Órgãos Sociais. O comportamento dos membros do Conselho Directivo, não olhando a meios para colocar os seus interesses pessoais à frente dos interesses do Clube, tem tornado tal objectivo impossível. As iniciativas mais recentes do Conselho Directivo ultrapassam fronteiras legais gravíssimas e de forma nunca vista até hoje no nosso Clube, constituindo uma ameaça existencial ao mesmo. 

3 - Neste contexto, torna-se necessário, urgente e imperioso agir legal e judicialmente de forma a repor a legalidade no Clube e permitir aos Sócios exprimir a sua vontade em total liberdade. Informamos, desde já, que na próxima Terça-feira, dia 5 de Junho, a Mesa da Assembleia Geral irá, em conjunto com a Comissão de Fiscalização entretanto nomeada, realizar uma conferência de imprensa em que comunicará todos passos jurídicos adoptados para por fim à situação de grave ilegalidade criada pelo Conselho Diretivo e permitir aos Sócios decidir o futuro do clube.

4 – Esclarece-se novamente que a Mesa da Assembleia Geral se mantém em plenitude de funções, quer porque o seu Presidente não concretizou o seu pedido de renúncia perante o Presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar (circunstância já confirmada por este), quer porque, mesmo que tal tivesse acontecido, a Mesa da Assembleia Geral, ao abrigo dos artigos 37º n.º3 e 39º n.º3 dos Estatutos, permanece sempre em funções até à tomada de posse dos sucessores eleitos nos termos estatutários após eleições convocadas pela própria Mesa da Assembleia Geral.

5 – A Mesa da Assembleia Geral solicita às autoridades públicas que, atendendo à gravidade dos comportamentos em causa e que envolvem uma instituição de utilidade pública, tomem todas as medidas necessárias e exigíveis no quadro das suas competências.

6 - Atendendo às consequências que a actuação do Conselho Directivo pode ter para a Sporting SAD, a Mesa da Assembleia Geral, representando os Sócios do Sporting, aproveita esta ocasião para apelar novamente ao elevado sentido de responsabilidade e tranquilidade de todos os atletas, funcionários e accionistas do Sporting SAD, até à expressão da vontade plena dos Sócios do Sporting Clube de Portugal, acionista principal da SAD, na certeza de que esta é a mais forte garantia de que o normal funcionamento da SAD irá ser plenamente assegurado no mais breve prazo.

Lisboa, 01 de Junho de 2018

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

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