A edição de hoje
Fernando Santos fez a antevisão do jogo com a Bélgica.
A caminho da fase final do Europeu, Portugal saiu derrotado no teste diante a Bulgária por 0-1. Nesta terça-feira, a seleção nacional volta a entrar em acção diante a Bélgica, numa partida agendada para as 19h45 e que vai decorrer, novamente, no Estádio Municipal de Leiria. Na antevisão ao duelo com os belgas, Fernando Santos assegurou que não irá alterar os planos que traçou, apesar do desaire da última sexta-feira.
"Marcha atrás? Nem pensar. Temos de aprimorar. Agora, andar para trás como se não fizesse sentido o que andamos a fazer não faz sentido. O conceito será dentro de um 4x4x2 ou de um 4x3x3 móvel. Os jogadores estão numa fase de aprendizagem. Mas quero uma equipa mais móvel. Às vezes vai parecer um 4x4x2, outras um 4x3x3 móvel. Tudo vai depender das dinâmicas. Não vou variar muito de sistema tático. Não faria sentido mudar agora", apontou o selecionador nacional.
fernando santos
Durante a conferência de imprensa que decorreu nesta segunda-feira, o treinador da equipa das quinas acrescentou que apontou algumas pormenores interessantes na exibição de Portugal e congratulou-se com o facto da partida não ter sido cancela depois dos atentados da semana passada em Bruxelas.
"O processo ofensivo foi interessante. Não é fácil conseguir 10/12 ocasiões de golo. É verdade que não conseguimos marcar, mas essa é uma segunda questão. Aquilo que me pareceu no jogo foi que não estivemos bem no processo defensivo. Na organização defensiva permitimos que o adversário nos criasse problemas. O jogo de amanhã é um importante sinal que o futebol não tem medo, que as pessoas não têm medo e que devemos enfrentar as coisas como elas são. É um sinal positivo que o jogo se realize, mas não vai passar disso. Se o jogo fosse lá, em Bruxelas, teria obviamente uma carga emocional diferente. Se tivesse sido logo a seguir aos atentados, também teria, mas passaram alguns dias. Por isso, penso que durante o jogo isso não existir, antes sim, durante não", considerou o seleccionador", afirmou, revelando de seguida que espera uma resposta afirmativa dos seus jogadores frente à melhor seleção do ranking FIFA.
"O sinal que este jogo é importante. As pessoas não têm medo. Não podemos deixar de fazer o que os outros não querem que façamos. Devia ser lá, mas a não poder acho importante fazer-se. Carga emocional? Se fosse lá seria diferente; se fosse imediatamente depois também. Agora já passaram cinco dias", apontou.
E quem serão os 23 jogadores que estarão presentes em França no verão?
"Quando entrarmos em estágio, vão 23 jogadores. Haverá uma lista naturalmente mais alargada de reserva. Mas trazer 25/26 e depois ir tirando jogadores não faz bem a ninguém. Já fiz essa experiência na Grécia e correu muito mal. Não a vou fazer. Aqui estão 24 e no Euro só podem estar 23, e até por aí as coisas correram bem. Ainda não decido completamente quem vai jogar. Não vou anunciar desta vez. Isto não é um trabalho de clube. Isto começa e acaba amanhã. Os minutos têm de ser dados nos clubes. Isso tem a ver com as condições físicas. Isso é lá. Seguramente que haverá uma ou outra alteração", considerou.
"Vamos lá ver. Sempre disse, desde o primeiro dia, que esta não era uma seleção fechada. E está comprovado. Ligamos muito às estatísticas, mas temos que ler todas. Mas também tenho de dizer uma coisa que me parece claro: todas as convocatórias que faço são feitas em observações minhas e dos meus colaboradores; em vídeo, em campo. De todos. Não são de 40, são muito mais. E temos a felicidade de conhecer esta gente que trabalhou com estes jovens nas camadas jovens. Depois é a minha leitura. A base da minha seleção é a observação. É importante que estes jovens que vão jogando possam ter o apoio de todos estes jogadores que têm saber acumulado", sinalizou Fernando Santos, antes de deixar um recado aos jogadores.
"Não basta só ter talento. Numa seleção é preciso ter outras coisas, criar um grupo forte", culminou.
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