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"Nunca pensei que o meu pai me poderia enganar"

Messi começou a ser ouvido em tribunal, acusado de fraude fiscal.

02 de junho de 2016 às 16:29

Lionel Messi em tribunal

Lionel Messi começou a ser ouvido esta quinta-feira em tribunal no âmbito do processo em que é acusado de fraude fiscal. Em audiência, o melhor jogador do mundo garantiu que assinava os contratos porque tinha uma confiança cega no seu pai.

"Só jogava futebol. Assinava porque confiava no meu pai e nos advogados que tínhamos para tratar dessas coisas. Confiava no meu pai e nunca me passou pela cabeça que ele me poderia enganar. Nunca me interessei por esses temas por isso não sabia que estava a incumprir a lei", justificou o futebolista no Tribunal de Barcelona.

O Ministério Público pede uma pena de 22 meses de prisão para o avançado do Barça e o pai pelo desvio de 4,1 milhões de euros da autoridade tributária espanhola, referentes a direitos de imagem e que foram recebidos durante os anos fiscais de 2007, 2008 e 2009.

O Fisco espanhol, por outro lado, pretende que Jorge Messi seja condenado a 18 anos de prisão, mas também que seja arquivado o processo contra o internacional argentino, por considerar que o melhor futebolista mundial em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015 não teve conhecimento da fraude.

A 10 de junho de 2015, o tribunal de Barcelona decidiu manter Messi indiciado dos crimes de fraude fiscal, que foram assumidos perante o juiz de instrução pelo pai e representante do jogador do clube campeão espanhol.

Dois meses depois de ter sido acusado, Messi entregou cinco milhões de euros à autoridade tributária, com o propósito de ressarcir o fisco espanhol do dinheiro que, alegadamente, deveria ter sido entregue e não foi, entre 2007 e 2009.

Na audiência desta quinta-feira, e à semelhança do que tinha feito o seu pai, Messi recusou-se a responder ao interrogatório do Ministério Público, tendo-o apenas feito nas perguntas formuladas pela defesa e pelo Fisco.

O jogador argentino disse desconhecer que era sócio administrador da sociedade Jenbril, criada em 2007 no Uruguai e com o objetivo de gerir os seus direitos de imagem.

"Não conhecia. Nunca perguntei ao meu pai por esses temas. Assinava os contratos porque confiava no meu pai e porque os advogados diziam que deveria fazer-se dessa maneira", insistiu o futebolista.

O argentino justificou também que nunca teve uma conversa com os seus assessores legais para que lhe explicassem como eram geridos os direitos de imagem, nem para saber quais as suas obrigações fiscais.

s sócios-gerentes da empresa que faz a assessoria fiscal de Lionel

isentaram o futebolista internacional argentino de qualquer responsabilidade no processo de fraude que lhe foi movido pelo Ministério Público e Autoridade Tributária espanhóis.

"O nosso interlocutor era o seu pai, Jorge

, e, às vezes, também o seu irmão Rodrigo. Os contratos eram-nos remetidos e [Lionel]

nem sequer vinha assiná-los", disse Íñigo Juárez, gerente da sociedade de advogados especialista em fiscalidade internacional e direito desportivo.

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