Eterno suplente de Patrício e mais uma joia do Seixal são os melhores num jogo feio e com poucos momentos de bom futebol.
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Jogo feio, quezilento, com poucos momentos de bom futebol, eis uma imagem fiel do estado em que estão as equipas portuguesas e da urgência de medidas que defendam a capacidade nacional para somar pontos na Europa.
Peseiro dá um nó a Rui Vitória na forma como arma o meio-campo. O Sporting não vem para brilhar, mas para impedir o Benfica de se superiorizar no miolo. E os de Alvalade conseguem o seu principal desígnio – amarrar o jogo.
Mesmo assim, o Benfica só não marca por Salin abrir o livro das boas defesas, logo aos 6’, para não mais o fechar. É aos 20’ que Salin mais brilha, primeiro numa cabeçada de Rúben Dias, e logo depois num bom remate de Cervi. O futebol é como a vida, ditado por acasos que a gente faz por merecer. Se Salin se mantiver a este nível, o Sporting encontrou o seu guardião titular. Depois deste lance duplo, os restantes minutos da primeira parte são baços, agressivos, mostram um árbitro a pintar uma imagem de duro e nada caseiro.
Com Ferreyra na frente, o Benfica joga quase com dez. É nula a influência deste ponta de lança nos fluxos da equipa. Diga-se, por atenuante, que também o desacerto de Rafa, nos centros, não ajuda nenhum avançado a brilhar. Rafa só acerta um centro neste jogo num momento crucial, mas já lá vamos.
No segundo tempo, o jogo continua amarrado. O Sporting domina o meio-campo, com dois argentinos a baterem-se quais leões. Acuña e Battaglia mandam nas bolas divididas e o primeiro ainda consegue distribuir jogo com algum critério. Salin continua em alta, com uma grande defesa a remate de Pizzi (52’).
Num dos raros ataques que o Sporting monta, Bruno Fernandes ganha as costas a Grimaldo, centra rasteiro, Montero ataca a bola e Rúben Dias ataca Montero. Uma tesoura nítida faz o árbitro marcar penálti (61’). A partir daqui, Lisboa ficou próxima de Buenos Aires ou Rio de Janeiro. Entre o penálti assinalado e a sua marcação, por Nani, para a direita de Odisseas, escoaram-se 3 minutos. Daí até ao final, vamos assistir a grandes molhadas de jogadores em discussões, um árbitro oscilante, agarrado aos cartões amarelos como quem se apoia numa bengala. O futebol torna-se raro raio de sol em dia de nuvens.
Aos 71’, Rui Vitória toma uma excelente decisão quando tira Ferreyra e Pizzi de campo. Pizzi para ser poupado, Ferreyra por manifesta incompetência. É esse o momento em que João Félix entra em campo, escoltado por um desinspirado Seferovic. É de João Félix o momento do jogo, ao responder com vigor ao único centro que Rafa acerta em todo o encontro.
É aos 86’ que este menino faz o empate de cabeça, ao segundo poste. Rafa centrou muito bem, desde a direita. Daí até final correm ainda 16’. O árbitro continua a distribuir cartões sem que o futebol sobreviva no meio de tantas paragens e discussões. O apito final chega com alívio.
ANÁLISE
João Félix e Salin
Este fica para a história como o dérbi de João Félix e Salin. Mais um menino produzido pelo Benfica que já vale muitos milhões. Também aqui se nota o mal que Bruno de Carvalho fez ao Sporting. O canteiro de Alvalade está muito mais exaurido do que os dos rivais. Salin está a ganhar confiança, merece ter sorte.
Ferreyra
Ainda se irá saber que motivações estão atrás da contratação deste Ferreyra pelo Benfica. Vitória garante que o argentino tem golo. Mas está a tardar a mostrar qualidade. Ao ver aquelas movimentações, de manual, sem qualquer rasgo, a equipa suspira por Jonas, mesmo do alto dos seus provectos 34 anos.
Bem no principal
Ainda não tem mãos para tocar esta viola. Corajoso? Sim. Bem preparado fisicamente? Sim. É no plano da experiência, da classe que o saber traz, que o juiz falha de forma clamorosa. Os jogadores vão sentindo a fraqueza e aproveitam mais e mais. Porém, nas principais decisões, tem a razão do seu lado.
"Com mais descanso este jogo era nosso"
João Félix foi lançado aos 71 minutos por Rui Vitória e acabou por chegar ao golo da igualdade aos 86 minutos. Questionado sobre o desempenho do jovem, o técnico encarnado admitiu: "Qualidade é o que importa na equipa do Benfica e o João aproveita todas as oportunidades que lhe dou. Logicamente que fico muito satisfeito por isso, apesar de olhar ao resultado geral de todo grupo".
Depois de ter abordado o tema do volume de jogos na conferência de imprensa antes do dérbi, Rui Vitória voltou a tocar no assunto para justificar a primeira perda de pontos esta época: "Tem sido uma intensidade muito grande, com Liga dos Campeões e Campeonato. É nestas alturas que penso que gostava de ter menos partidas para mostrar outra intensidade e frescura dentro de campo, mas isto é assim."
"Empate não era o que queríamos mas foi bom"
Foi um jogo muito difícil, contra uma equipa muito forte, que faz o sexto jogo oficial, enquanto nós fizemos o terceiro. Um jogo com estabilidade. Até aos quinze minutos da segunda parte, foi equilibrado, depois o Benfica esteve mais forte e empurrou-nos para trás e chegou ao empate. Queria dar os parabéns aos meus jogadores, sabemos que suámos muito. É só o nosso terceiro jogo oficial, depois ainda houve questões de gestão que fez com que a entrada na pré-época fosse mais difícil sem toda a gente", disse José Peseiro, treinador do Sporting, depois do empate no Estádio da Luz (1-1).
O técnico sublinhou ainda o esforço e a capacidade física dos jogadores, e aceitou o empate como o resultado mais justo. "Houve muita gente a dar o máximo. Alguns jogadores ainda não têm condições, nem aguentam, jogar 90 minutos com esta intensidade. O empate não era aquilo que queríamos, mas dentro daquilo que foi o jogo, foi bom. Foi mais um passo que demos, agora é descansar para o próximo jogo", terminou.
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