André Villas-Boas e Nuno Lobo também estão na corrida pela presidência do FC Porto.
Pinto da Costa encara oposição pela quarta vez em 42 anos como presidente do FC Porto no sábado, ao concorrer nas eleições dos vice-campeões nacionais de futebol com André Villas-Boas e Nuno Lobo, após 15 triunfos consecutivos.
Sucessor de Américo de Sá desde 17 de abril de 1982, o 33.º líder máximo da história do clube, de 86 anos, teve 12 vitórias como candidato único, derrotou o médico José Martins Soares por duas vezes sucessivas, em 1988 e 1991, e suplantou o jurista José Fernando Rio e o empresário e professor Nuno Lobo em 2020, num sufrágio disperso por dois dias.
Pinto da Costa impôs-se há quatro anos com 5.247 dos votos (68,65%), contra 2.071 de Rio (26,44%) e 384 de Lobo (4,91%), correspondendo a percentagem mais baixa dos 15 êxitos obtidos no seu 'reinado' às eleições do FC Porto mais participadas no século XXI.
Apesar das restrições sanitárias em vigor, devido à pandemia de covid-19, estiveram no pavilhão Dragão Arena 8.480 sócios, fasquia inferior ao recorde fixado em 1988, quando 10.731 rubricaram o primeiro triunfo do presidente 'azul e branco' sobre Martins Soares.
Único oponente de Pinto da Costa nas urnas durante 38 anos, o médico não passou dos 535 votos (5%) e ficou longe dos 10.196 do dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial (95%), perdendo com uma margem ligeiramente menor três anos depois.
A afluência 'caiu' para pouco mais de metade do recorde atual em 1991 e Martins Soares reuniu a preferência de 1.164 associados (18%), face aos 4.614 votos (82%) totalizados por Pinto da Costa, que, sem adversários, foi tendo diversas vitórias próximas dos 100%.
Se os resultados oficiais da maioria dos atos eleitorais ocorridos na década de 1980 e de alguns nos anos 90 são desconhecidos, o arquivo noticioso da agência Lusa atesta essa imagem de unanimidade em 1994 (99,19%, com 1.470 dos 1.482 votos somados), 1998 (99,81%, com 2.072 de 2.076), 2001 (98,83%, com 1.016 de 1.028), 2004 (99,25%, com 1.060 de 1.068), 2007 (98,43%, com 3.769 de 3.829), 2010 (98%, num escrutínio em que os 'dragões' não indicaram o número de votantes) e 2013 (99,13%, com 1.258 de 1.269).
A tendência já vinha desde 1982, quando 4.573 associados (91,02%) elegeram Pinto da Costa como sucessor de Américo de Sá, num total de 5.024 votos, alguns dias depois de o banqueiro Afonso Pinto de Magalhães, líder do FC Porto de 1967 a 1972, ter retirado a sua candidatura, mantendo apenas uma lista ao Conselho Superior, que seria derrotada.
Os 'dragões' revitalizaram-se nas quatro décadas seguintes, fruto da conquista de 2.586 troféus em 21 modalidades - 68 dos quais no futebol sénior masculino -, mas os últimos anos foram reforçando as críticas à atual gestão desportiva, económica e infraestrutural.
Sinal disso foram as eleições de 2016, as últimas disputadas de forma isolada, nas quais Pinto da Costa obteve 79%, para um total de 2.403 eleitores, com 21% de boletins nulos.
Esse resultado baixaria mais de 10 pontos percentuais quatro anos depois, sob efeito de um contexto tripartido, que se repete entre as 09:00 e as 20:00 de sábado, no Estádio do Dragão, no Porto, mantendo dois protagonistas e juntando o principal rosto da oposição.
Vencedor de quatro troféus pela equipa de futebol 'azul e branca' em 2010/11, incluindo campeonato e Liga Europa, o antigo treinador André Villas-Boas (lista B) concorrerá pela primeira vez à liderança do clube e encabeça uma contestação sem precedentes a Pinto da Costa (A), que é apoiado por dois dos três oponentes eleitorais enfrentados até 2024.
José Fernando Rio declarou publicamente essa posição no início de abril e José Martins Soares é o sétimo nome indicado pelo presidente do FC Porto para o Conselho Superior, órgão consultivo que já disputou em 2020 como primeira escolha de Nuno Lobo (lista C).
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