Foi amputado em 2014 e fez 15 cirurgias num ano. Agora é uma inspiração para muitos, nomeadamente no mundo do ténis.
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Foi em 2014 que se deparou com "o pior momento" da sua vida, mas hoje em dia é visto como um grande exemplo de superação. Fábio Reis trabalhava numa fábrica de cimento, na Suíça, quando viu o azar bater-lhe à porta. Era um dia habitual de trabalho, mas um acidente grave fez com que a sua vida mudasse por completo. Não cruzou os braços e, apesar de ter sido amputado à perna esquerda e depois de uma dura recuperação, com 15 cirurgias num ano, é agora uma inspiração para muitos, nomeadamente no mundo do desporto.
"Ocorreu no dia 9 de outubro na cidade de Neuchâtel. Trabalhava numa fábrica de cimento e era condutor de locomotivas. Fiquei trilhado entre as escadas da locomotiva e um vagão de cimento. É um enorme sentimento de impotência", começou por dizer ao CM, Fábio Reis, de 30 anos que é natural de Santa Maria da Feira.
Tinha a mulher grávida de quatro semanas quando o acidente aconteceu. Ia ser pai pela primeira vez. Mas Fábio Reis apelou à sua "personalidade forte e muito persistente" para ultrapassar de forma corajosa os "dissabores da vida".
"Não foram períodos fáceis de contornar. Lidei de forma corajosa com o que estava a acontecer e com o que ainda iria ultrapassar. Tive de tentar arranjar métodos e força para continuar com a minha vida. Foi uma fase complicada", confessou Fábio que, apesar de ainda hoje ter acompanhamento psicológico, encontrou no ténis adaptado o refúgio perfeito e uma modalidade com a qual simpatizou de imediato.
"O ténis entrou na minha vida um ano depois do acidente através de um convite do meu fisioterapeuta Oliver Broglin [ainda estava em processo de reabilitação]. Convidou-me uma tarde para ir a um clube jogar. Joguei na minha cadeira de rodas ‘normal’ e assim me foi despertando a paixão pelo ténis. Foi ele o meu grande motivador. Devo-lhe muito também porque me ajudou na minha recuperação. A modalidade ajudou-me e ajuda-me bastante. É o meu ‘escape’ e a minha motivação", revelou.
Sem nunca baixar os braços, é hoje em dia visto por todos com um "forte potencial" para o ténis adaptado e até já tem classificação internacional. "O meu resultado no ranking é de 354, num total de 626 jogadores internacionais. Estou apenas há um ano nesta modalidade, o que é excelente na minha opinião", assumiu, sublinhando também que começou a jogar ténis no Clube de Ténis de Loulé, cidade no distrito de Faro onde vive atualmente com a mulher e as duas filhas.
"Elas são os meus grandes pilares. São elas a minha motivação e o meu apoio. A restante família e amigos estão super orgulhosos da minha prestação no ténis adaptado. Todas as pessoas veem um forte potencial em mim e acreditam que posso chegar longe nesta modalidade", sublinhou lembrando o facto de este ano já ter participado em "três torneios internacionais", em Vilamoura, Setúbal e no Porto.
De uma coisa não tem dúvidas. Fábio Reis quer continuar a segurar na raquete e a competir, apesar de não ter quaisquer apoios monetários. Criou uma página no Facebook com o nome ‘Fábio Reis Wheelchair Tennis’ e aguarda agora por ajuda financeira que inclui, por exemplo, donativos.
E quais são os sonhos de Fábio Reis? Participar nos Jogos Paralímpicos de Paris, em 2024, faz parte da lista. "Atualmente tenho o sonho de ser campeão nacional de ténis adaptado e participar no campeonato do mundo que vai realizar-se em Vilamoura, em 2020. Futuramente gostaria de poder participar em 2024 nos paraolímpicos em Paris", confessou.
Um exemplo de superação e uma prova de que o ser humano é capaz de tudo, mesmo quando a vida se encarrega de pregar partidas.
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