Bruno Maçães: Uma ralação internacional

Tido por ‘estrangeirado’ e ‘lobo solitário’ quando foi secretário de Estado, o académico falado devido à fotografia que enviou no Twitter pensa mais na Rússia e China do que em Portugal.

26 de novembro de 2017 às 11:00
Bruno Maçães
Bruno Maçães, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus Foto: Pedro Zenkl
Bruno Maçães, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus Foto: Pedro Zenkl
Bruno Maçães, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus Foto: Pedro Zenkl

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Trocar mensagens polémicas com jornalistas estrangeiras no Twitter é algo que Bruno Maçães já fazia enquanto secretário de Estado dos Assuntos Europeus, ainda que com menor escândalo.

Ao contrário do que aconteceu há uma semana, quando a americana Lily Lynch denunciou que o português lhe enviou uma foto do pénis, depois de lhe ter feito chegar uma imagem de uma gata (chamando-lhe "my pussy", termo que em inglês também significa vagina) e de Maçães ter fantasiado com "palmadas ao meu colo enquanto faço perguntas acerca de separatismo russo", o então governante pôs em causa uma notícia do ‘Wall Street Journal’ sobre desemprego e emigração em Portugal em 2015, insistindo com Patrícia Kowsmann que o seu Governo criara mais postos de trabalho. A conversa foi sempre em inglês, ainda que Kowsmann viva em Portugal e seja brasileira.

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Comunicar na língua de Kissinger é natural para o ‘estrangeirado’ que foi assessor de Passos   Coelho em 2011, chegando a secretário de Estado aquando da irreversível remodelação de 2013, na qual Paulo Portas passou a vice-primeiro-ministro, ficando os Negócios Estrangeiros para Rui Machete. Mas o relacionamento do ministro com o responsável pelos Assuntos Europeus não foi fácil, pois o "ambicioso" e "muito marcadamente de direita" Bruno Maçães era visto por muitos como um "lobo solitário" mais preocupado em impressionar fora do País do que em lidar com a estrutura do ministério.

Também existe quem admita que Maçães, nascido em 1974, era demasiado novo e desconhecedor da política   nacional,   ainda   que   as qualidades intelectuais do académico que o barbudo Daniel Oliveira incluiu entre os "imberbes fanáticos de Passos Coelho" sejam reconhecidas por alguns dos que trabalharam consigo.

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Homem da Eurásia

Afastado de Portugal no pós-geringonça, prepara para o início de 2018 o lançamento de ‘The Dawn of   Eurasia   [A   Alvorada   da   Eurásia]’, livro em que descreve uma Nova   Ordem   Mundial   que   exige pensar   numa   lógica   supercontinental e em que alerta que Rússia e China estão muito mais despertas para tal realidade do que a Europa.

Consultor sénior da Flint Global em Londres, o ex-secretário de Estado que foi alvo de chacota nas redes sociais e no Palácio das Necessidades devido a uma célebre fotografia em que aparecia rodeado de beldades polacas - e que inspirou o jogo online Flying Maçães, no qual se procura evitar que a sua cabeça choque contra factos -, mantém-se distante da ocidental praia lusitana, escrevendo para o site Politico ou para o ‘Financial Times’.

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