O amor mata
Ele levava-lhe milho assado. Acabadinho de assar. Foi o primeiro sinal que o amor deu antes de ser promessa na boca de Carlos Alberto. Sofia, mais menina que o amado, abria a porta em ânsias de um beijo. A jornada que o amor encetou nas tardes adolescentes, apresentou--lhe depois a morte por duas vezes. Sobreviveu à raiva da faca. Hoje tem medo que o ditado ‘não há duas sem três’ seja, de facto, verdade. Sofia tem 21 anos e sente a sua vida a prazo. Diz que a culpa é do amor. ‘Por amor’ já se matou e morreu meia dezena de vezes desde Janeiro. São crimes passionais que continuam a acontecer sem lugar ou hora marcada. Dos 464 registos de ocorrências apurados pela PJ em 2007, foram retidos 82 inquéritos passíveis de serem enquadrados na tipologia criminal de motivação ‘passional’.
Quinta-feira, 3 de Abril, Carlos toca à campainha do prédio 5 do Bairro do Pombal, em Oeiras. Não é milho que traz. A mãe de Sofia, Maria Florinda, abre a porta convencida que é a vizinha do direito. Antes sequer de ver o rosto da visita nocturna que lhe interrompe o jantar, já tem uma faca espetada na zona abdominal. Atingiu-lhe o fígado. O jovem de 27 anos vinha decidido a acabar com todos os que lhe barrassem a passagem até Sofia, o objecto do seu amor maldito. 'Quero matar-vos', terá dito ao entrar, cumprindo as ameaças feitas uma semana antes. Sofia esconde-se atrás do sofá mas Carlos agarra-a e garante que é desta que a mata, que não escapará mais. À morte ou ao amor?
'Ele veio acabar o que tinha começado em Novembro, desde então que não nos larga a porta', conta a rapariga sobre a noite em que o pai do seu filho, Ricardo, de dois anos, fez de tudo para lhe tirar a vida. O menino, de dois anos, fruto da relação que mantiveram, assistiu às facadas sentado no sofá. 'O meu sangue parecia um repuxo a escorrer, mas consegui arrastar-me e fugir enquanto ele partia a casa toda; o meu filho já tinha sido salvo antes [por uma vizinha]', recorda Sofia, o medo a sentir-se na voz e os pontos a arderem--lhe na perna, nas costas e na zona abdominal. Ainda lhe custa respirar.
Em Novembro, Carlos Alberto já o tinha tentado, mas na rua, frente à Secundária de Oeiras. 'Dessa vez, também estive uma semana no hospital, cheguei a perder a consciência, foram as duas vezes em que vi a morte de frente.' Há duas semanas, na segunda tentativa, Sofia sentiu que era desta que não ia mesmo conseguir fintá-la. 'Pensei: é agora que morro.' Sofia arrasta as palavras à procura de uma justificação para o sucedido. Hesita. Mexe no cabelo. Faz festas no gato ‘Xiscas’. Observa o filho, a brincar com a cadela ‘Lili’, pelo canto dos olhos negros. Só então fala: 'Ele sempre foi muito ciumento, nunca me deixava falar com ninguém, principalmente com rapazes, nem sequer podia ir à noite ao café com o nosso filho, acho que por gostar muito de mim à maneira dele, talvez tenha sido por isso. Mas ainda ficou mais ciumento depois de estar uns meses a trabalhar em Espanha, veio revoltado e a precisar de se tratar', justifica a menina que se tornou mulher nos braços de Carlos.
A mãe não aprovava a relação. No bairro, em surdina, diz-se que por ele ser negro. Maria Florinda nega o preconceito. 'Não gostava dele não por causa da cor mas por querer um futuro melhor para a minha filha e achar que ele não era o homem ideal. Quando o meu neto nasceu aceitei-o e até lhe fazia jantar quando cá vinha', conta a avó do pequeno Ricardo, o menino que trata como se tivesse nascido de si.
Na casa humilde atribuída pela Câmara há já 18 anos, vivem, além de Maria Florinda, Sofia e o filho, mais dois irmãos da rapariga. Tiago, o mais velho, foi quem evitou que a desgraça fosse maior no 2.º esquerdo do prédio 5, enquanto esperavam pela polícia. Na luta com o cunhado, Carlos Alberto ficou ferido e teve de ser socorrido no hospital – que depois o entregou à Polícia Judiciária. No Bairro do Pombal, também conhecido como ‘bairro azul’, todos sabem do sucedido, mas só uma vizinha se atreveu a falar, embora sob anonimato. 'Conheço o Carlos desde pequeno e ele é muito simpático, houve alguma coisa que o revoltou', diz S., 23 anos. Mas duas vezes? – perguntamos. 'Ele é doente de amor por ela, parece que ela lhe lançou um feitiço porque ele dizia que não a conseguia largar; e ela só andava com ele porque o Carlos a obrigava, a Sofia tinha medo do que ele pudesse fazer', garantiu-nos a mesma fonte. Eram também os residentes do bairro, maioritariamente de raça negra, que, segundo Sofia, espicaçavam Carlos Alberto sobre a paternidade de Ricardo. Explique-se: O menino nasceu branco, como a mãe.
'Às vezes, quando ainda namorávamos, ele chegava ao pé de mim e dizia--me que os amigos do bairro achavam que o menino não era filho dele, que eu tinha andado com outro', confessa, antecipando logo a vontade de fazer 'um teste de ADN para lhe mostrar que é mesmo dele.' Ricardo, o centro do desassossego, não sabe nem sonha, nos seus dois anos de vida, que o amor que o gerou tem ameaça de morte.
Há qualquer coisa de ‘Otelo’ e ‘Desdémona’, personagens que a pena de Shakespeare criou, neste caso. Na história, ‘Otelo’, general mouro, é vítima de um plano de ‘Iago’ que o leva a acreditar que a mulher com quem tinha casado – uma nobre – o traíra, e resolve matá-la. Virá a descobrir depois que os ciúmes eram infundados, ‘Desdémona’ jamais fora infiel. A tragédia, que pega no racismo como motor para a desconfiança, termina com o suicídio de ‘Otelo’, que tem ainda tempo de beijar o amor perdido.
Carlos Alberto não se suicidou após tentar matar Sofia, como a personagem de Shakespeare fez; Nuno Lobato sim – depois de assassinar a mulher, Rute, acabou com a própria vida. Duas mortes que chegaram sem aviso e deixaram a casa vazia de gente para contar a história. Ficam as memórias do tempo em que ninguém sequer imaginava que o casamento de Nuno e Rute, um casal de engenheiros da Figueira da Foz, ia terminar fardado de tragédia. Com odor a queimado. Os vizinhos cheiraram a desgraça quando viram fumo a sair das janelas da residência dos jovens, ela de 28 anos, ele de 31, num dia que tinha tudo para ser normal. Horas depois de Carlos tentar matar Sofia, a mulher do Bairro do Pombal, na Figueira da Foz Nuno não deu a Rute hipótese de sobreviver: estrangulou a mulher, regou-a com duas latas de diluente acrílico e cobriu o corpo dela com roupa e lenha. Depois de atear fogo à companheira com quem partilhava casa e casamento há três anos, enforcou-se com um cabo eléctrico. Os vizinhos não ouviram discussão. Nem gritos. Só viram fumo.
A família nem queria acreditar. Numa altura em que o casal planeava um descendente, a tragédia surpreendeu e chocou todos os que com eles privavam. 'Não me lembro sequer de eles falarem alto um com o outro, nunca os ouvi levantar a voz e pareciam muito felizes, principalmente desde que anunciaram à mãe do Nuno que brevemente lhe iam dar um neto', relembra António Fernandes, tio de Nuno. 'Eles já podiam ter tido um filho mas, apesar de não passarem dificuldades financeiras, queriam ter todas as condições para darem ao herdeiro uma vida boa', continua o familiar, aproveitando para traçar a história do casal que se conheceu na Figueira, a meio do percurso universitário.
'Lembro-me que a Rute foi a primeira namorada que o Nuno apresentou à família, precisamente porque era uma relação séria e com boas intenções.' O casal gostava de viajar e tinha muito gosto na decoração da vivenda, em Lavos, na Figueira da Foz, onde moravam desde o enlace matrimonial. Tinham um 'cão grande' que Rute, engenheira na mesma fábrica de celulose onde trabalhava o marido, passeava todas as manhãs, pelas 8h30.
Antes da autópsia, familiares e amigos recusaram-se a acreditar na hipótese de homicídio seguido de suicídio. A vida quase perfeita do casal barrava o pensamento. Depois, as provas pouca margem deixaram para duvidar. Mas continua a ser difícil encontrar explicação que conforte a memória.
'Não sei...', hesita o tio António. 'Um momento de loucura, um flash, talvez, acho que deve ter acontecido alguma coisa que o tenha levado a fazer isto, há muita coisa que nos escapa', sentencia o familiar, não deixando de lado a desconfortável hipótese de uma terceira pessoa no baralho. 'Algum deles podia ter alguém, pode ter sido isso, mas o que quer que tenha sido foi em nome do amor.'
O que quer que tenha sido, chegou como premonição em português desmembrado: 'Tax a xpera k akntc uma tragdia, e ixo? ' ['Estás à espera que aconteça uma tragédia, é isso?']. No final do dia 25 de Março, Vítor Hugo deixou de esperar pela réplica à pergunta formulada nessa mesma manhã em modo e idioma de SMS. O fogo de uma arma, e do seu coração possessivo, entrou pelo número 446 da rua das fontaínhas, em Cascais, para selar a tragédia com a violência de quem arromba uma porta. O jovem de 21 anos, com rosto de menino e delírio de homem feito, não precisou de fazer frente à madeira. Apanhou a irmã da namorada a chegar a casa e encostou-lhe uma pistola às costas para que o deixasse subir. Como manda o figurino, Vanessa não ofereceu resistência. Foram direitos à sala, onde se encontravam a mãe e um tio da rapariga, de 19 anos. Disparou de imediato à cabeça da mãe. Depois à do tio. Voltou a premir o gatilho, despejando duas balas na nuca da namorada. Por fim, gastou as últimas duas na sua cabeça. Hugo caiu redondo de morte junto à porta. Foi o único a quem a vida deixou de comparecer à chamada.
O telemóvel de Cátia, que entretanto se cansara do cerco permanente de um companheiro ciumento, ainda toca. Mas agora é o pai da jovem, fiel depositário do aparelho enquanto a filha recupera do estado de coma no hospital, quem faz vigília às chamadas e mensagens recebidas.
Razão, móbil, motivo do crime? Não há justificação certa para nenhum dos sinónimos. 'As pessoas andam loucas. Basta abrir o jornal... todos os dias é isto. Ele batia-lhe sempre que a apanhava. Há queixas de dias seguidos. Foram ciúmes. Ele dizia que se ela não fosse para ele, não era para mais ninguém', recordam os Junqueiro.
A família não perdeu tempo. Fez as malas. Empacotou as mobílias, as fotografias e a esperança na mesma caixa de cartão. Pouco já mora naquele 2.º esquerdo, e o que resiste é para ficar, junto com as memórias de cor escarlate que sobrevivem no sofá meio afanado e num dos cantos da parede, imunes às investidas da lixívia. Partem para a localidade de S. Pedro. A distância, curta, sê-lo-á sempre para apagar da cabeça o que nem o tempo cala. Mas ajuda, confia o casal.
'Já tínhamos pensado sair daqui antes disto. Vamos embora por causa do que aconteceu e por causa do miúdo, que assistiu a tudo. Ele descreve tudo do princípio ao fim. Queria cá vir ver o cão mas não o queremos trazer', diz a mãe de Cátia.
O ciúme doentio do homicida também apanhou Lizete, 49 anos, baleada na cabeça quando segurava o neto Diogo, de 14 meses, ao colo. A cicatriz na fronte, mal disfarçada pela franja rala, fica para contar história com final pouco feliz. 'Ele disparou logo para a minha cabeça. E eu com o filho dele ao colo... Deus pôs a mão em baixo', acredita Lizete, que depois de atingida teve impensável fôlego para três chamadas telefónicas. 'Fui à cozinha ligar para o meu marido, para o 112, e para o pai do Hugo', recapitula esta empregada de refeitório. 'O meu irmão estava no sofá e fingiu que estava morto quando levou o tiro', continua o pai de Cátia, Alfredo. A sorte retardou o empregado de pastelaria, de 47 anos, na chegada a casa. O mal já estava feito quando se despachou da labuta. O perigo já tinha passado.
Hugo, o rapaz da Serra das Minas, em Sintra, que trabalhava numa fábrica de lentes, e Cátia, a filha mais nova dos Junqueiro, namoraram três anos. Conheceram-se segundo preceito corrente: pela internet. Palavra puxou palavra e conversa puxou conversa. Cátia já tinha um filho de uma anterior relação. Aos 16 anos, deixou a escola em suspenso quando a barriga cresceu de grávida. Cresceu pouco. Tão pouco que deu para ocultar de tudo e de todos até aos seis meses de gestação. Quando voltou a vê-la crescer, agora de Vítor Hugo, e ainda menos proeminente, foi mais longe na omissão. A boa, e insólita, nova foi comunicada na hora ‘H’, quando as águas deram de si. Em tempo de encargos extra, valeu-lhe a caixa de supermercado em S. Domingos de Rana (Cascais) e o apoio dos pais. Mas até o trabalho teve que ficar para trás devido à insistência de Hugo.
'Andava sempre a rondar a casa e a tocar à campainha e aparecia no supermercado. Ela veio para casa porque ele não a largava lá. Ela afastou-se das amigas todas. Não podia falar com ninguém, muito menos com homens', conta a mãe. 'É um miúdo que estraga a vida. Ele era bom moço. Nem fumava quando o conhecemos. De repente, as más companhias... Ele devia estar com droga e bebida quando cá veio. Cambaleava muito', acrescenta o pai.
Cátia recupera do coma no Hospital S. Francisco Xavier. Vai despertando aos poucos. Debita umas quantas palavras. Reage aos estímulos sonoros e visuais. Mas o prognóstico é reservado. Tal como a notícia de que o namorado morreu. Ainda não lha deram. 'Ela gostava dele...', confirma Lizete, receosa da reacção da filha. Os médicos esforçam-se agora para engordar a menina com fado precoce de mulher, que adora dançar kizomba e jogar às cartas. E bolo de chocolate com nozes. Esta predilecção gulosa da paciente Cátia é a receita que agora lhe adocica o destino amargo que começou a trilhar na adolescência.
ESTUDO DE CASAIS PORTUGUESES
O Departamento de Psicologia da Universidade do Minho tem realizado alguns estudos sobre as relações violentas. Um deles, sobre a violência nas relações de namoro, foi conduzido em 2003 e envolveu 600 jovens universitários. Concluiu-se que a generalidade apresentava um baixo nível de concordância com os estereótipos relacionados com a violência íntima. Subscreveram mais a crença de que a violência poderá ser justificável face a determinadas condutas da mulher, consideraram mais importante preservar a privacidade familiar, acreditaram que a violência pode ser atribuível a causas externas e fora de controlo do agressor, tais como o álcool ou a pobreza. Num outro estudo na região Norte, de 2006, com 2392 famílias portuguesas, as conclusões foram na mesma direcção: verificou-se uma tendência de resposta desfavorável aos estereótipos relacionados com a violência íntima, os homens surgiram mais no papel de agressores conjugais e subscreveram os estereótipos sustentadores da conduta violenta.
VIOLÊNCIA FÍSICA VERSUS ESTRATÉGIA EMOCIONAL
Marlene Matos, psicoterapeuta especialista em Psicologia da Justiça, responde:
Porque se mata e morre ‘por amor’?
O homicídio conjugal seguido de suicídio é um padrão algo comum. Muitos desses homicídios representam o culminar de prolongadas histórias de violência, podendo ocorrer quando a vítima decide terminar a relação. Estes homicidas têm uma obsessão face à parceira. Alguns destes indivíduos também possuem doenças de foro mental.
Prevalece o estereótipo de género?
As mulheres experienciam mais essa vitimação do que os homens. No nosso País, apesar do fenómeno começar a ter alguma expressão, os homens maltratados que recorrem às instituições são uma minoria. Mais, os tipos de violência mais perpetrados pelo homem e pela mulher não são os mesmos. O masculino exerce, predominantemente, violência sexual, maus tratos verbais e controlo coercivo. Elas recorrem mais a estratégias emocionais abusivas.
É possível traçar um perfil do agressor?
Não há um perfil único. Contudo, os homens partilham algumas características: recorrem, habitualmente, a armas e já anteriormente praticaram actos de violência severa contra a companheira. Alguns são dependentes de substâncias (álcool, drogas). São usualmente muito isolados do ponto de vista social.
A LEI À LUZ DA HISTÓRIA E DOS COSTUMES
Durante quase cem anos a lei testemunhou o fosso entre os géneros. Segundo o Código Penal de 1886, o adultério por parte da mulher estava sujeito a uma pena de 2 a 8 anos. Um homem casado que traísse a mulher era sujeito a uma multa, entre três meses e três anos. De acordo com o Código Civil de 1966, a _mulher casada ainda beneficiava de um estatuto menor. A Constituição de 1976 consagrou a igualdade. O Código Penal prevê uma pena de prisão de 8 a 16 anos para quem matar outra pessoa, podendo ser agravada para 12 a 25 anos.
Marlene Matos, psicoterapeuta especialista em Psicologia da Justiça, responde:
Porque se mata e morre ‘por amor’?
O homicídio conjugal seguido de suicídio é um padrão algo comum. Muitos desses homicídios representam o culminar de prolongadas histórias de violência, podendo ocorrer quando a vítima decide terminar a relação. Estes homicidas têm uma obsessão face à parceira. Alguns destes indivíduos também possuem doenças de foro mental.
Prevalece o estereótipo de género?
As mulheres experienciam mais essa vitimação do que os homens. No nosso País, apesar do fenómeno começar a ter alguma expressão, os homens maltratados que recorrem às instituições são uma minoria. Mais, os tipos de violência mais perpetrados pelo homem e pela mulher não são os mesmos. O masculino exerce, predominantemente, violência sexual, maus tratos verbais e controlo coercivo. Elas recorrem mais a estratégias emocionais abusivas.
É possível traçar um perfil do agressor?
Não há um perfil único. Contudo, os homens partilham algumas características: recorrem, habitualmente, a armas e já anteriormente praticaram actos de violência severa contra a companheira. Alguns são dependentes de substâncias (álcool, drogas). São usualmente muito isolados do ponto de vista social.
A LEI À LUZ DA HISTÓRIA E DOS COSTUMES
Durante quase cem anos a lei testemunhou o fosso entre os géneros. Segundo o Código Penal de 1886, o adultério por parte da mulher estava sujeito a uma pena de 2 a 8 anos. Um homem casado que traísse a mulher era sujeito a uma multa, entre três meses e três anos. De acordo com o Código Civil de 1966, a _mulher casada ainda beneficiava de um estatuto menor. A Constituição de 1976 consagrou a igualdade. O Código Penal prevê uma pena de prisão de 8 a 16 anos para quem matar outra pessoa, podendo ser agravada para 12 a 25 anos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt