Empresa de viseu é um sucesso internacional. Até do Dubai chegam clientes para marcar na pele desenhos exclusivos
A Piranha começou pequena, no ano 2000. Com dificuldades económicas, e num mercado nacional pouco desenvolvido no que concerne às tatuagens e body piercings. O primeiro espaço, uma cave, localizava-se em Tondela. Na altura, Pedro Miguel Dias era um jovem de 23 anos que estava a terminar o curso de motricidade humana. Decidiu arriscar. "Abdiquei de dar aulas, como acabou por acontecer à grande maioria dos meus colegas, e abri a loja. Olhava para o panorama nacional e sabia que era difícil, mas o espírito empreendedor falou mais alto", recorda.
A aposta de risco deu certo. A Piranha começou a desenvolver as suas aptidões, sobretudo nas tatuagens, e a ambientar-se ao novo habitat, que entretanto passou para uma loja num centro comercial de Viseu. Na cabeça de Pedro, soavam estas palavras: esforço, dedicação e paixão. A Piranha crescia ano após ano e com ela as mentalidades que "deixaram de conotar as tatuagens com marginalidade e começaram a apreciá-las como uma forma de arte".
SEM MEDO DE INVESTIR
O negócio da revenda é irmão gémeo da Piranha. "Nos primeiros tempos representámos uma marca espanhola, mas, passados cinco anos, criámos a nossa própria marca. Tivemos de investir e de recorrer à banca, mas sempre com a cabeça no lugar certo. Passaram 14 anos de crescimento sustentado e hoje a Piranha é uma marca com muita força em Portugal e está presente em quase todo o mundo", diz Pedro Dias, de 37 anos, sócio-gerente da empresa.
É esta a principal característica diferenciadora da Piranha, que não se cingiu apenas à arte das tatuagens. A empresa cria e desenvolve produtos que vão desde luvas de látex, agulhas, máquinas ou consumíveis. Exporta para 14 países da Europa, Brasil, Angola, Estados Unidos da América e Canadá. "É um orgulho quando chegamos às convenções e vemos artistas de topo a trabalhar com material produzido por nós", conta Pedro Miguel Dias. Este ano, a empresa espera atingir um milhão e meio de euros de faturação.
A loja número seis da Quinta da Saudade, em Viseu, é hoje o paradeiro da Piranha. Laboram doze funcionários num espaço de 250 metros quadrados. Há ainda um armazém. À entrada, lá está ela, a piranha. Deambula num aquário e não hesita em mostrar os afiados dentes a quem insiste em bater no vidro. O nome do negócio foi escolhido por Pedro: "Tinha de ser um nome que se identificasse comigo e com o projeto: agressivo, urbano, aceite pelas pessoas e de reconhecimento internacional".
SUCESSO EM MILÃO
Nos últimos dois anos, a procura pela Piranha no estrangeiro tem vindo a crescer. Faltava algo que comprovasse que podia estar entre os melhores estúdios de tatuagens e a prestigiada Convenção Internacional de Milão, que decorreu no início de fevereiro, encarregou-se disso. A Piranha fez-se representar por dois artistas e Samuel Potucek, um dos quatro tatuadores permanentes da casa, arrecadou o segundo melhor trabalho colorido do evento. Num dos dias da convenção, Samuel foi considerado o segundo melhor tatuador. "É um prestígio imenso trabalhar nesta convenção, ainda mais ganhando prémios. A Piranha está definitivamente entre os melhores do mundo", diz Pedro Dias.
O sucesso não tem passado despercebido à autarquia viseense. O presidente, Almeida Henriques, realça o espírito empreendedor dos três sócios-gerentes e diz que a marca funciona como "embaixadora" das terras de Viriato para o mundo.
OS CLIENTES
De todo o país chegam diariamente pessoas que querem ser tatuadas pelos artistas mais conceituados. É o caso de Sónia Silva, 32 anos, e Donzílio Pereira, de 35 anos. A chuva intensa e o nevoeiro não foram obstáculos para este casal que partiu de Santarém e só parou em Viseu. "Fiz uma pesquisa na internet e quando vi os trabalhos do artista (Erich Rabel) pensei: é este que me vai tatuar", conta Donzílio que saiu da Piranha com um anjo tatuado no peito. Sónia tatuou flores de cerejeira: "tem tudo a ver com a beleza e a sensualidade feminina".
O sucesso da Piranha ultrapassa fronteiras. O recorde da maior distância percorrida foi batido há poucos dias e pertence a Samuel Saikonnen, de 45 anos. O médico de nacionalidade finlandesa fez os 7 870 quilómetros que separam o Dubai, país onde reside e labora, do estúdio de Viseu.
Saikonnen explica que quer marcar no seu corpo um acontecimento triste que o irá acompanhar para o resto da vida: a morte da sua filha. A expressão de melancolia sobressai. "Para mim, as tatuagens têm de ter algum significado, em vez de um mero desenho encontrado numa qualquer revista. Vou tatuar um anjo que se está a deslocar para o céu. A tatuagem só é feita uma vez. Durante dois anos pesquisei até encontrar Sergey Gas, o artista perfeito". Com 150 mil seguidores na página de Facebook, a Piranha tem o apetite de devorar o mundo.
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