As espécies invasoras causam danos no meio ambiente e prejuízo efetivo na atividade humana. Um estudo internacional alerta para esses na Península Ibérica. Portugal tem mais de metade do total de espécies invasoras em Espanha, que tem uma área cinco vezes maior que o nosso país
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Em todo o mundo existem 37 mil espécies invasoras, destas 1273 na Península Ibérica – 616 em Portugal, 1034 em Espanha. Dada a dimensão dos territórios, a estatística é especialmente impressionante para Portugal, segundo a Rede de Investigação Aquática (sigla em inglês, ARNET), com base num estudo internacional publicado na revista científica ‘Diversity and Distributions’.
As invasões biológicas foram consequência da globalização, mas nas últimas décadas tornaram-se numa preocupação devido aos impactos ecológicos e socioeconómicos sobre a biodiversidade e os ecossistemas locais. Por cá, são exemplos como os seguintes que causam dano aos ecossistemas e até a atividades económicas humanas. A vespa-asiática, que se tornou ameaça há década e meia, por ser mais agressiva para o homem do que a vespa comum, é predador da abelha melífera, interferindo na polinização (que tem um valor económico de cerca de 800 milhões de euros anuais para a produção agrícola em Portugal). Esta vespa tem ainda impacto na fruticultura. Já a Acácia-de-constantinopla, árvore de crescimento rápido que pode atingir 12 metros, por isso usada no espaço urbano, é hoje também um problema na natural regeneração de bosques, além de provocar assoreamento em zonas ribeirinhas. Entre os mamíferos, destaque para o visão-americano, introduzido no século passado para a indústria de peles. Acabou por escapar de quintas de produção e agora compete com predadores nativos, como a lontra e o toirão. Já a perca-europeia expulsa espécies como a boga comum, dominando habitats como a bacia do Tejo. De uma forma geral, na rede hidrográfica portuguesa, também o siluro ou o achigã têm destruído a biodiversidade.
200 novas exóticas/ano
O referido estudo critica ainda o facto de não ter sido realizada uma avaliação abrangente das espécies não nativas na Península Ibérica (Portugal, Espanha, Andorra e Gibraltar). As invasões biológicas têm aumentado exponencialmente em todo o mundo, contribuindo para 60% das extinções ao nível global. Além da perda de biodiversidade, as espécies não nativas desencadeiam impactos em cascata, pois alterarem as redes tróficas e o funcionamento dos ecossistemas, com consequentes perdas monetárias, atualmente calculadas em 450 mil milhões de euros por ano. Os impactos estão ainda ao nível das mudanças climáticas, do aumento da poluição e das mudanças no uso da terra e do mar. Todos os anos são registadas 200 novas espécies não nativas. As zonas costeiras e urbanas, onde a densidade populacional e a atividade humana são mais intensas, são os locais mais atingidos. Na Península Ibérica, as zonas mais atingidas são as de Lisboa e Coimbra, Catalunha e Andaluzia (estas duas últimas em Espanha).
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